DESGARRADA
Lá ficou a desgarrada,
No cantar ao desafio,
Sempre com a voz afinada
E na madrugada o frio.
Nas noites de Primavera,
Moçoilas com ar risonho,
Na demora que desespera,
Esperando pelo seu sonho.
Sem olhar ao encantamento,
Da concertina que chora,
Deixa fluir o sentimento,
Por não ver chegada a hora.
Naquela voz que se solta,
Com gritos e gargalhadas,
Por dentro sente a revolta,
No cantar das desgarradas.
Deu seu corpo nesse amor,
No milheiral escondida
E agora só sente a dor,
Por não ser compreendida.
Carlos Cebolo
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