CRISTALINA FONTE
Por vezes, deixo-me sonhar
No encanto adormecido,
Onde o vento sossega a brisa,
Querendo nela se fixar
E por lá ficar escondido.
Naquele silêncio sem fim,
Lugar que a lua ilumina,
Olho para o meu pensamento
E lá bem dentro de mim,
A alma continua felina.
Oiço-te na minha dor
E o desgosto se acentua
Nessas horas imperfeitas,
Por onde é cantado o amor
E onde a vida se emoldura,
Como um quadro sem valor.
Nessa cristalina fonte,
Com essa mágoa desmaiada,
Onde a própria flor medita,
Oiço mesmo ali defronte,
A canção desafinada
De alguém que não acredita
Numa tal felicidade.
Entre o cantar do ribeiro,
Ao longo do estreito caminho,
Oiço as pedras chorarem,
Perante o teu olhar primeiro
Que me fixa com carinho.
A lua ébria de esplendor,
Abençoa a nossa união
Com traços de luz e frescura,
Aquecendo o nosso amor
Com aquele toque de emoção.
Carlos Cebolo
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