TEMPOS LONGÍNQUOS
São tempos que já lá vão,
Longínquos como se quer,
Haja inverno ou verão,
Talha a terra com saber.
A terra pinta-lhe o rosto,
Tira os eu último sorriso,
Trabalha sempre a seu gosto,
Com ela perde o juízo.
Do nada, fez suas casas,
As casas onde viveu,
O seu sonho ganhou asas
E o seu mundo assim cresceu.
Sem qualquer hesitação,
Nas horas amarguradas,
Tirava da terra o pão,
Lembrando as noites choradas.
Mais tarde no fim da vida,
Depois de tantas doenças,
A quinta que foi erguida,
Aumentava as suas crenças.
Com todo aquele seu lavrar,
Foi-se o tempo e acabou,
A terra que quis amar,
Foi a terra que o matou.
Carlos Cebolo
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