EM OUTROS TEMPOS
Em outros tempos ainda presentes,
Plantei flores em chão vermelho barrento,
Roseiras, cravos e outras sementes,
A descoberto, tão expostas ao vento
Que floriam sem mágoas e desgosto,
Iluminando esse teu belo rosto.
Trazia no sangue o sinal ardente,
Aquele sinal da eterna mocidade
E tudo o que fazia era diferente,
Como diferente é essa moralidade
Que seca as flores desse meu jardim,
Secando o sangue que vivia em mim.
As flores, sem o pecado original,
Que fez do Paraíso, terra selvagem,
Fazia desse amor puro e carnal,
Um aroma suave da própria paisagem
E em ti, o encanto da natureza,
Produzia toda a tua beleza.
E cinzento, tudo ficou tão triste,
Sem as cores as belas flores murcharam
E aquele Paraíso que já não existe,
Assim como as flores que por lá ficaram,
Perderam aquela alegria de viver.
Por lá, não mais voltaram a florescer.
Carlos Cebolo
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