ONDE NÃO HÁ SOL
E de mim, oiço os meus tormentos,
O medo escondido na escuridão,
Sem sol, sem flores e sem o mar,
Sem guardar os meus sentimentos,
No côncavo da vida a solidão
Que naquele lado teima em ficar.
Não! Para lá não quero eu ir,
As belas estações não rodam,
As flores, sem pétalas floridas
De uma vida que deixou de sorrir,
Como as almas que por lá andam,
Se sentem constantemente perdidas.
Sem ter memória deste sonho,
Sempre cinzento e de tédio extremo,
Onde só as sombras murmuram,
Naquele negrume medonho,
Triste lugar húmido, gélido e ermo,
Não! Só mesmo os doidos o procuram.
Eu, nesta minha lucidez,
Amando tudo o que me seduz,
Faço da minha vontade lei
E fugindo dessa embriaguez,
Procuro os caminhos da luz
E por lá farei, como aqui entrei.
Carlos Cebolo
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