VOAM AO VENTO
COISAS OCAS
Voam ao vento coisas ocas,
De um passado já caído.
São desgosto de outras bocas,
Sem fazer qualquer sentido.
São insónias que aparecem,
Sem um aviso presente,
Tormentos que não se esquecem
Porque nada fica ausente.
Caminhos oblíquos esquecidos,
Talhados sempre a rigor,
São frutos empobrecidos,
Daquele forte e grande amor.
Algo que nos faz sonhar,
Por anos e anos afio,
São tristezas de um pensar,
Corolário de um desafio.
Ao meu encontro, só névoa,
Com seus gemidos calados
E o tempo que no espaço ecoa,
Leva os segredos guardados.
Penso em ti, terra vermelha,
Tanto sangue derramado,
Na maldade que o tempo espelha,
Fez do amigo, um mal-amado.
Passa o tempo e a realidade,
Não se faz a despedida
E essa imagem da verdade,
No tempo ficou esquecida.
Carlos Cebolo
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