LAR DE PAPELÃO
Minha flor, sem haste e corola,
Mapa imaginário da idade,
Transporto ideias na sacola,
Com raízes da mocidade.
Relógio que o tempo não pára,
Como não pára a nossa inocência,
Retratos de uma vida rara,
Nesta vida com a sua ausência.
E tudo isto nos lembra a história,
História contada da gente,
São ecos da nossa memória,
Memórias que ao povo não mente.
Dogmas criam o seu evangelho,
Brilhantes como o diamante,
Nesta vida não se olha ao espelho
E tudo fica como dantes.
Sons tocantes de um violino,
Que soa noutra dimensão,
À força traça este destino,
Lar criados em papelão.
O corpo que de mal padeça,
Sabe que não será eterno
E numa simples dor de cabeça,
Transforma a vida num inferno.
E a flor que ainda não viveu,
Sem esse seu tempo imaginário,
Guarda o bilhete para o céu,
Marcado no seu calendário.
Carlos Cebolo
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