MEMÓRIAS PRESENTES
Da madrugado celeste, colho o luar,
Num canto da praia sem janela olho o Horizonte
E penso nos amigos que deixei, do outro lado do mar
E dos amigos que teria se nascesse para lá do monte.
Muitos que estiveram comigo nessas horas de aflição,
Ainda deixam o seu perfume pelo ar
E muitos também se aventuraram pelo mar.
Por cá, nesta praia deserta, encontro-me triste e sozinho.
Também por cá, procuro trilhar outro caminho,
Calcando com os pés descalços a areia húmida.
Para lá do monte, sorvo um outro perfume,
Meu olhar se estende por enseadas e colinas,
Procurando na natureza um novo sonho, outro costume,
Os alegres gritos dos meninos e meninas
Que amanhã serão os meus novos amigos.
Do fundo da minha memória, colho todos os ausentes
E com eles, oiço a raiva dos que foram inimigos,
Gritos horríveis que ainda hoje se fazem presentes.
Carlos Cebolo
Sem comentários:
Enviar um comentário