TEMPESTADE
O sopro constante desta ventania,
Abre-me a porta da alma que chora,
Deixando sair pedaços da solidão,
Destruída na já fraca memória
Por onde a noite se instalou.
O nosso mundo não pode descansar
Nem permitir tréguas nesta luta
Que ceifa folhas como de Outono se tratasse.
O limbo criado não pode ser constante
E a vida não pode ser espelho sem reflexo.
Fecha-se a porta das almas entristecidas
Neste combate que nos desespera
E a perseverança vencerá o incerto
Desse horizonte árido que florescerá,
Abrindo a porta colhendo a primavera.
Entre o silêncio, ouve-se o incessante lamento
E o desejo constante e firme da renúncia
De não se deixar vencer pelo frágil destino
Da nuvem negra que se instalou em nós,
Vertendo o seu veneno como lenta bebida
Que nos consome a alma, impondo solidão.
Apaga-se a imagem da noite invernosa
E o amanhã será a desejada eternidade.
Carlos Cebolo
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