TUA AUSÊNCIA
Dói-me a tua ausência!
É uma dor que não magoa,
Mas fere de morte a alma
E limita a inocência.
Deixo de sentir na retina
A tua imagem de menina
E o meu olhar não te toca,
Como seria meu desejo.
Em mim ficou só a tristeza,
Olhos cansados de mágoa
E o sentir de um sonho
Que não chegou à realidade.
Como a poesia que acontece
No verão escaldante,
Também o amor se retrai
Se não for tocado pelo sonho
Do desassossego que criaste.
Talvez o embaraço te faça ceder,
Ou a imaginação obscura do sonho
Simplesmente te turva o olhar,
Fechando a memória do pensamento.
Tudo é e foi, fantasia do momento,
O cântico da sereia feiticeira
Que à beira mar se formou,
Lembrando-me que a
tua ausência me dói.
Carlos Cebolo
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