VIDA DE POETA
Sol, terra,
Ar e mar,
Tudo o que se espera,
No querer ir e voltar.
Sombra escondida do nada,
Perfeição constante esquecida,
Na esperança que se aguarda,
No Mundo de uma vida adiada.
A vida quase que esquecida,
Dos amores secretos guardados,
Sol de uma vida esmorecida,
Em encontros sempre esperados.
No paraíso de todos os sonhos,
Respirar o ar gélido da geada,
Naquele mar de destinos medonhos,
Fruto da felicidade esperançada.
No calor que do Sol se sente,
Na terra que nos foi emprestada,
Novos ares da própria mente,
Na emoção do mar partilhada.
Amores fugidos da realidade,
Na verdade da mente, o sossego,
Da vida esperada na moralidade,
Ter o bom fim, como aconchego.
Saber que tudo passa rapidamente,
No imperfeito Mundo de passagem,
No refugio da escrita, a semente
Do incerto futuro a homenagem.
No tributo do vassalo, a coragem,
Do imperfeito sedutor que existe,
No poeta que está de passagem,
De coração ferido, sempre triste.
Fingir não amar, por ser mentira,
Finge a todo o custo, o presente,
Do amor sentido que se retira,
No sofrimento da própria mente.
Amor proibido que o consome,
No trama da vida que consente,
A insónia da noite que não dorme,
No desassossego da triste mente.
Carlos Cebolo
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