MEU CASULO
Este refúgio que me acalma,
Escrever o que dita a alma,
Quase sem querer escrever,
A poesia que me faz crescer.
Como a flor que suporta o frio,
Também cresce à beira do rio,
Como se fosse um ser mudo,
Tendo a incerteza em tudo.
Refugio-me na hora que dorme,
Da noite que se tornou enorme,
No passar das minhas mágoas,
Como o riacho de soltas águas.
Meu casulo forte e seguro,
Faz do sonho forte muro,
Onde guardo meus segredos
E amadureço meus medos.
Na magia em que a alma vive,
Também ali me sinto livre.
No casulo dos meus sonhos,
Guardo pesadelos medonhos,
Que procuro aos poucos soltar,
Nas noites escuras sem luar.
Pesadelos que desaparecem,
Nas noites que arrefecem,
Bem no meio do arvoredo,
Da floresta que causa medo.
Saco de emoções no peito lacrado,
Pedra falante do meu pobre ser,
Este casulo em que me resguardo,
Nos tristes momentos do escurecer.
Pensamento de pesar da triste alma,
Que no escrever procura a calma,
Neste triste Mundo amargurado,
Onde fui buscar, o meu triste legado.
Carlos Cebolo
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