MEU SILÊNCIO
No recanto do jardim ao luar,
Sinto o silencioso odor da flor,
Do incessante esvoaçar de dor,
Que procura no seu rodopiar,
O colorido e frágil beija-flor.
O Silencio da corrente água,
Do riacho saudoso em alcançar,
Na sua glória, o imenso mar!...
Sinto o ruído da triste mágoa,
Da alma triste que quer amar.
Flor murcha da mágoa sentida,
No sugar constante do beija-flor,
No seu esvoaçar de grande amor.
Na certeza da felicidade perdida,
A verdade sentida na grande dor.
Meu silêncio ouvido num grito,
Nos estames abertos da bela flor,
Convida sorridente o beija-flor,
Ao mergulho no cálice bendito,
Na ânsia de encontrar o amor.
O silencioso som da natureza,
Ouvido na profundeza do ser,
Acalenta a esperança do querer.
Neste meu silêncio a incerteza,
Do amor que não pára de crescer.
Carlos Cebolo
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