O SENTIR DA POESIA
Navego com o vento
Por trilhos soltos duvidosos.
Oiço o triste lamento,
Dos espíritos receosos.
Chamam por mim!...
Perguntam por ti!...
Dizem que cheguei ao fim
Da triste vida que escolhi.
Recuso a aceitar!...
Sons marinhos numa concha vazia,
Choro errante do acordar
De um mar triste na maresia,
Lembram-me o teu olhar.
O fascínio do mistério,
O cheiro ardente do adultério,
No meu pensar de loucura,
Acentuam a minha amargura.
Como opaca e negra rocha,
Que no teu caminho se atravessa,
Reacende a fraca tocha,
Da esperança que regressa.
Coração duro como o diamante,
Percorre por maus caminhos,
Na felicidade do mau amante,
No calvário coroado de espinhos.
Procuro fugir!...
Tua sombra em perseguição
Neste meu triste florir,
Aperta forte a minha mão.
Desejo forte sentido,
Passo a passo na madrugada,
Deste triste amor sofrido
De uma alma amaldiçoada.
O que fiz para o merecer?
Nada que tenha na mente,
Para este constante sofrer,
Que a pobre alma consente.
Sonho vivido em poesia,
Atinge alguém no seu sentir,
Com a firmeza da magia,
Da poesia no seu exprimir.
Carlos Cebolo
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