Por aqui sou imigrante,
Neste belo país que me acolheu.
Sem quer ser emigrante,
Calem-se as vozes, de quem cá nasceu.
Nuvem alvacenta e nua,
Que nesta cabeça pesada vai,
Caminha pela amargura,
Com a teimosa lágrima que não cai.
Quem me dera ter a dor,
Do meu tempo de emigrante nascido,
Naquele Mundo de calor,
Aquele além-mar desaparecido.
O resplendor do meu sal,
Que a lágrima derrama no jardim,
Consolando meu igual,
Fruto que brotou e saiu de mim.
E sem perder o juízo,
Com todo este meu tremendo degredo,
Lembro todo o prejuízo
E de novo começar, sem ter medo.
Pôr fim a esta jornada,
De estar faminto na grande abastança,
Nova vida desejada,
Tendo o triste passado na lembrança.
Carlos Cebolo
carlosacebolo.blogspot.com/
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