NEM TUDO SE PERDEU
Se olhaste bem, os montes erguidos,
Guardaste os momentos derradeiros,
Os lugares belos e queridos,
Os belos e imponentes embondeiros,
Alva neve, campos de algodão,
O amarelo acre do sertão.
Saudade! ai amor, que saudade!
Aquela verde e velha mangueira,
O espírito da liberdade,
Da bela fruta, quem não se lembra?
O crescer de inocência e vigor,
Tom flamejante da sua cor.
Aquela inocência do pudor
E tocar aquele céu de ventura,
Imaginando o velho condor,
Naquele voar de triste candura,
Por entre um sertão com sua sorte,
Ter de rir nas angústias da morte.
Ai não!... A vida não acabou,
Aqueles gigantes embondeiros,
Na nossa imaginação ficou,
Os belos momentos derradeiros,
Das saudades que agora teremos,
Dos belos tempos que então vivemos.
Carlos Cebolo
carlosacebolo.blogspot.com/
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