IMORTALIDADE
As memórias de um sonho agora perdido,
Na nobreza duma vida, seus cuidados,
Num canto surdo que a própria vida assenta,
Naquele coração solitário e ferido,
Preso na realidade de elos dourados,
Por onde a própria vida também se ausenta.
São as lembranças trazidas pelo vento,
Madrepérolas que rolam pelo rosto,
Que talham na face essa infelicidade.
E por sentir na memória um só lamento,
Na sua solitária alma, o mesmo gosto
Ressequido naquela sua saudade.
Maçãs de ouro tecidas em porcelana,
Na perfeição da vida a imortalidade,
Duma felicidade que aos poucos ruiu,
No sentir de perda duma mente insana.
Cobre-se o céu duma tristeza saudade
E fica pouco do que nunca existiu.
Carlos Cebolo
carlosacebolo.blogspot.com/
Sem comentários:
Enviar um comentário