SONS DO MEU SERTÃO
Ingénuo sonhador que não deixa derruir o passado,
Essas doces lembranças do seu alvo berço de bambino,
Floresce na mente, em lembranças do seu EU desejado,
Momentos de pura alegria, naquele espaço divino.
Noites de um intenso e brilhante luar duma abóbada
celeste,
Onde se ouve o constante e melancólico coaxar das rãs,
Associado ao cantar das cigarras na noite que se veste,
Dum sereno esvoaçar dos morcegos entre as horas vãs,
Vindo-me à memória o aroma floral das mangueiras em flor
E o piar dos tecelões na construção dos ninhos de amor.
Naquela emoção vivida, em memórias na mente retida,
Sente-se a procura da melancolia criada do nada,
Nesta nostalgia de uma vida Já muito desgastada,
Recorda com saudade os sons noctívagos daquela vida.
Serenas madrugadas vividas ao som da batucada,
Ainda ecoam no seu pensamento, em espasmos de aventura,
Aquela crença que há muito deixou de ter sua alvorada,
Mas que se encontra viva, naquela alegria que procura.
Na serra dos “macópios”, ouve-se a saudação ao sol
nascente,
A vila acorda em mais uma alvorada, na sua beleza,
O cheiro da flor do eucalipto que por lá também se sente,
Perfuma aquele calor húmido que afasta toda a tristeza.
Carlos Cebolo
carlosacebolo.blogspot.com/
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