NO SURGIR DA PRIMAVERA
Primavera no encanto sem flores,
Neste oásis, na folha deserta,
Sangue derramado, seus horrores,
Será apenas uma sombra incerta.
Entre o olhar sentido na folhagem,
Ténue lembrança de liberdade,
Fraco vento forma sua aragem,
Sem ter lugar, sem trazer verdade.
E esta primavera surge fria,
No coração de um mundo liberto,
Sem as flores que o mundo merecia,
No terror que se encontra desperto.
Principio ou fim de um crer absoluto,
De um fanatismo sem ter valor,
Será tudo, menos impoluto,
Alma negra que provoca horror.
No escuro da vida, haver aragem,
Surgirá a resposta que se espera,
Segura, libertando a passagem,
Neste surgir de outra primavera.
Carlos Cebolo
carlosacebolo.blogspot.com/
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