TÉDIO
Esse viver, sem viver realmente,
Vazio dos sentidos no existir,
Sempre nas horas tardias da mente,
Amanhece o sinistro de um florir,
Nesse castelo triste que alma sente.
Sem gesto no sentir e sem ter cor,
Porto seguro que já não existe,
Segue as velas negras de um coração,
Esse agreste caminho sempre triste,
Por um mar que não lhe traz condição.
Esse tédio que no seu crer é real,
Sem ter a segurança no seu porto,
Dias escuros de um nocturno mal,
As águas tristes de um lago já morto,
Triste vê, ter chegado o seu final.
E é nessas águas que procura ter,
Algum momento de sossego apenas,
Nessa dignidade que quer viver,
Com as tristes mágoas e sua penas,
Antes do amor acabar por morrer.
Carlos Cebolo
carlosacebolo.blogspot.com/
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