PASSAGEM DO ANO
Um outro ano já gasto,
Uma voz desafinada,
Passagem que deixa rasto,
Um olhar feito de nada,
Um corpo, uma memória,
Esse tempo que devora.
Último dia do ano.
Primeiro de uma vida,
Mas tudo é desengano,
Mas tudo é desengano,
A tristeza e alegria
No momento da passagem,
Não se pensa na viagem.
E Tudo corre a preceito,
As memórias ordenadas
E este tempo a seu jeito,
Com as vidas desgastadas,
O Ser é mais solitário,
Neste mundo ao contrário.
E assim se passou o ano,
À velocidade da luz,
Foi rápido o desengano.
Por cá nada me seduz
E o familiar que já morreu,
Por cá também padeceu.
Celebra-se a alegria,
Entre luzes e foguetes
Escrevendo em poesia
Ao mundo deixa lembretes
Escondendo a realidade,
Fingindo felicidade.
Carlos Cebolo