OUTONO PRIMAVERIL
O outono verga a haste ressequida,
O teu olhar verte gotas de mar,
Todo o infinito desaparece
No sentir dessa vida perdida.
Rubros sinais do teu peito a arfar,
No querer acreditar na prece
Que alimenta essas horas perdidas,
Sentidas antes das despedidas.
As ondas de um mar desordenado,
Assim sentido nesse teu crer,
Talha um caminho que endoidece
Todo esse sonho desajeitado
Que te perturba no amanhecer,
Sem a esperança que desaparece
Nas asas de um sonho já desfeito,
Deixando esse teu mundo imperfeito.
Colhes assim, a ânsia da aventura,
Caminhos estreitos da ansiedade,
Que alimenta todo esse desejo,
Com o vigor que o corpo procura.
Nesse reviver da mocidade,
Recorda todo o sabor de um beijo
Que o seu íntimo deixou de sentir,
Mas que aos poucos voltou a emergir.
Carlos Cebolo
carlosacebolo.blogspot.com/
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