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Tudo o que quero e não posso, tudo o que posso mas não devo, tudo o que devo mas receio. Queria mudar o Mundo, acabar com a fome, com a tristeza, com a maldade.Promover o bem, a harmonia, intensificar o AMOR. Tudo o que quero mas não posso. Romper com o passado porque ele existe, acabar com o medo porque ele existe, promover o futuro que é incerto.Dar vivas ao AMOR. A frustração de querer e não poder!...Quando tudo parece mostrar que é possível fazer voar o sonho!...Quando o sonho se torna pesadelo!...O melhor é tapar os olhos e não ver; fechar os ouvidos e não ouvir;impedir o pensamento de fluir. Enfim; ser sensato e cair na realidade da vida, mas ficar com a agradável consciência que o sonho poderia ser maravilhoso!...

quarta-feira, 30 de março de 2011

FLOR E A ILHA ENCANTADA



       

FLOR E A ILHA ENCANTADA
 Era uma vez uma família, pai, mãe e dois filhos, que viviam numa cidade muito bonita, rodeada de montanhas e atravessada por um grande rio que ia desaguar ao mar que ficava ali perto.
O mais velho dos filhos era um rapaz com 12 anos e chamava-se Flu.
O outro filho era uma linda menina com 10 anos de idade a quem os pais chamavam Flor.
Flu era pouco sociável, nas suas horas vagas, agarrava-se ao seu computador portátil e não se preocupava com mais nada. A irmã, muitas vezes queria brincar com ele, mas ele mandava-a embora, dizendo que fosse brincar com as bonecas.
 Flor, pelo contrário, era muito sociável e sempre que lhe era permitido, ia brincar com as suas amigas ou, na falta destas, entretinha-se a brincar com a sua boneca preferida e com os animais que encontrava no jardim da casa.
 Flu não gostava de animais e sempre que encontrava no seu caminho um ratinho, um gafanhoto ou uma borboleta, procurava logo uma maneira de os maltratar.
Flor não! Ela era muito amiga de todos os bichinhos que encontrasse. Ganhava a confiança deles e brincava com eles sem os magoar e por isso todos os bichinhos gostavam dela.
Num dia de verão, Os pais resolveram fazer um passeio com o veleiro que tinham comprado há pouco tempo.
A mãe muito cuidadosa, preparou uma grande caixa com comida enlatada.
O pai, todo desportivo, preparou as suas canas de pesca, pois gostava muito de pescar.
O flu apenas se preocupou em levar o seu computador e a Flor levou a sua boneca preferida.
No alto mar, sem terra à vista, foram apanhados por uma tempestade. No céu formou-se umas nuvens muito escuras e começou a chover com trovoadas e relâmpagos.
O pai com muita calma, mandou todos para a cabine do veleiro, enquanto ele procurava entrar em contacto com terra e a levar o veleiro para um porto seguro.
A chuva e os relâmpagos, estragaram os aparelhos do veleiro e ele foi à deriva, sem rumo certo e sem comunicação.
O pai sem nada poder fazer, procurava por entre o nevoeiro que se tinha formado, um sinal de terra firme.
Numa altura em que o nevoeiro ficou mais fraco, o pai viu umas árvores ao longe e pegando no leme, dirigiu o veleiro para elas.
Ao aproximar-se de terra, o nevoeiro e a chuva passaram. Um lindo Sol brilhou no céu e eles puderam ver que se tratava de uma bonita ilha.
Com o veleiro, deram uma volta à ilha e verificaram que ela não era muito grande e que era desabitada.
Desembarcaram e o pai procurou logo fazer uma cabana com ramos e folhas das árvores, para se abrigarem do Sol.
Como estavam a ficar com fome, a mãe juntou umas pedras, meteu umas folhas e ramos secos no meio e fez uma fogueira para aquecer umas latas de comida que tinha trazido.
Flu sentou-se num tronco caído e tentou ligar o seu computador, mas nada apanhou, pois ali não havia rede nenhuma, ficou muito irritado e andava sempre mal disposto.
Flor sempre com a sua boneca pelos braços, procurou encontrar alguns bichinhos com quem brincar e encontrou muitos. Esquilos; ratinhos; pássaros; borboletas e muitos outros insetos que gostaram logo dela.
Os dias foram passando e o pai não via meios de os tirar dali. A embarcação não tinha combustível e o rádio não funcionava. No meio de tanto azar, ainda tiveram alguma sorte, pois a ilha tinha muitas frutas que poderiam comer e além disto, o pai e a mãe apanhavam marisco e peixe na praia e por isso não passavam fome.
 Um dia a mãe adoeceu, com febres muito altas e a menina triste foi para a floresta chorar, pois não queria chorar ao pé da sua mãe para não a preocupar ainda mais.
Os animais preocupados com a sua amiga Flor, foram ter com ela e disseram:
- Não chores minha Flor! Nós nunca te dissemos nada, mas esta ilha é encantada e a rainha do encanto que te tem observado sem tu a veres, quer falar contigo.
 - Nós vamos levar-te até ela e vais ver que tudo se resolve.
Flor que gostava muito dos bichinhos e confiava neles, seguiu-os.
A certa altura, junto às raízes de uma palmeira, encontraram um buraco onde os bichinhos entraram e convidaram Flor a entrar também.
Lá dentro, Flor viu que estava num lindo palácio e que na cadeira do centro, que tinha a forma de uma flor, estava uma pequenina mas muito linda menina com umas lindas asas nas costas. 
Flor viu logo que a menina muito pequenina era de certeza a fada rainha do encanto que os seus amigos animais falaram.
A rainha chamou-a pelo seu nome:
 - Flor! Chega mais perto e diz-me o que te preocupa tanto?
Flor aproximou-se sem medo, mas com muito respeito, contou que estavam ali perdidos e não podiam ir para casa, pois não sabiam onde estavam e o barco não tinha combustível.
A fada então perguntou:
 - Diz-me Flor, estás triste por estares aqui nesta ilha?
Flor respondeu que não. Mas como tinha a mãe doente, queria ir para casa para a curar.
A fada mandou a borboleta buscar um pó brilhante como as estrelas e deu à Flor dizendo:
-Esta ilha é encantada, pode estar em qualquer sítio.
- Vai à tua embarcação, faz o jantar para todos e na bebida põe este pó mágico e vais ver que tudo se resolve.
- A menina assim fez.
 Preparou o jantar, levou o comer para a cabine do veleiro, onde a mãe descansava e chamou o pai e o irmão para jantarem.
Depois do jantar, adormeceram.
De manhã, quando o pai acordou, viu que o veleiro estava à deriva em alto mar e que era empurrado pelos ventos.
Sem nada poder fazer, ia acordar os filhos, quando Flor apareceu ao seu lado e disse:
 - Pai, não te preocupes. São os meus amigos que nos estão a ajudar a voltar para casa.
Como o pai não percebia nada, a filha contou a sua aventura ao pai.
O pai ainda pensou que a filha também estava doente e a delirar com febre, mas olhando para o horizonte, viu terra e reconheceu a foz do rio e a sua linda cidade. 
À frente do barco ia um bando de borboletas e nas costas de uma delas, ia a fada encantada que apenas Flor via.
Quando chegaram ao porto, o pai pediu logo uma ambulância para levar a mãe ao hospital e foi com ela, enquanto dizia aos filhos para irem para casa que ficava ali perto.
Já no jardim da casa, apareceu uma borboleta que poisou nos ombros de Flor e nas costas da borboleta estava a fada encantada que lhe disse:
- Como te disse, a ilha é encantada e pode estar em qualquer sítio. Quando estiveres triste procura entre as flores que eu estarei sempre ao teu dispor, pois sei que com a tua bondade, procurarás sempre ajudar os outros seres vivos, por mais pequenos que sejam. Já o teu irmão, por ser mau, nunca terá amigos e ficará sempre triste e sozinho.
A borboleta voou e desapareceu entre as flores do jardim.
Flor ainda hoje quando vê um animal aflito, vai logo ajudar o pobrezinho.
No quintal de sua casa, vivem muitos gatos que eram vadios e que flor os alimenta. Estes animais quando veem Flor chegar, ficam muito contentes e fazem uma grande festa e Flor gosta muito deles.
E assim viveu feliz para sempre.
Carlos Cebolo



segunda-feira, 28 de março de 2011

O GNOMO DA FELICIDADE

           

         
O GNOMO DA FELICIDADE

 Há muitos anos, num país do Oriente, uma menina brincava num prado coberto de flores silvestres.
A menina brincava sozinha, pois na sua aldeia não havia outros meninos, todos tinham ido para a cidade estudar. Só ela tinha ficado na aldeia com os pais.
Isto deixava-a muito infeliz, mas sabia e compreendia que os seus pais não faziam mais por ela, por serem muito pobres e o dinheiro que honestamente ganhavam com o seu trabalho, mal dava para comprar comida.
            Numa manhã linda de primavera, dia em que a mãe da menina fazia anos, ela foi ao prado apanhar umas flores para lhe oferecer.
Procurava entre muitas flores, as mais bonitas e frescas, pois queria fazer um lindo ramo com elas.
 No meio do prado, a menina viu um grande cogumelo cor rosa com riscas brancas e junto a ele, uma linda flor com pétalas de cor vermelha muito viva e outras de um amarelo brilhante.
 A menina ficou encantada com a bela flor e procurou logo apanha-la para meter no centro do seu ramo.
 Quando se abaixou para apanhar a flor, viu à sombra do cogumelo um pequeno ser que lhe disse:
- Alto aí!... Menina.
- Quem te autorizou a colher as minhas flores?
- Não sabes que todo este prado florido é meu por direito?
 A menina muito assustada perguntou:
-Quem és tu? Eu venho aqui todos os dias e nunca te vi!... E como pode uma criatura tão pequenina ser dona de um prado tão grande?
- A criatura pequenina, que não era maior que uma rolha de garrafa, respondeu:
 - Eu sou o Gnomo da felicidade e vivo neste prado há mais de mil anos.
 - Sou filho da Natureza e por isso, todas as flores silvestres são minhas, pois foi a minha mãe que as plantou.
- Tu nunca me viste porque nem todos me podem ver, só as crianças que têm bom coração e que respeitam a Natureza me podem ver.
- Quanto à tua terceira pergunta! Eu alerto-te que sou pequenino, mas também muito poderoso, sou mágico e posso fazer o bem ou o mal, tudo depende das tuas respostas.
E continuou a falar:
- Eu vejo-te todos os dias.
- Vens brincar no prado, conversas com as flores e tens muito cuidado com os animais que nelas moram.
- Agora, antes de saberes o que vou fazer contigo, responde-me à pergunta que te fiz?
 A menina cheia de medo respondeu:
- Desculpe senhor Gnomo. Eu não sabia que estas flores tão lindas tinham dono, nem sabia da sua existência, caso contrário, nunca as teria apanhado sem a sua autorização.
- E para que queres as flores? Perguntou o Gnomo.
  A menina respondeu com voz trémula:
- São para dar à minha mãezinha que faz hoje anos. Nós sonhos pobres e é a única prenda que eu lhe posso dar.
. Disse a menina já mais calma.
 O Gnomo tirou o seu barrete da cabeça e com ele a rodar numa das mãos disse:
- Muito bem! É para uma boa causa! Mereces as flores.
 Como prova da minha amizade e da minha gratidão por respeitares a Natureza, eu ofereço-te as flores, concedo-te um dom e dou-te este baú.
Dito isto, o Gnomo deu a volta ao cogumelo e apareceu com um pequeno baú na sua mão que entregou à menina dizendo:
- Este baú é mágico, tudo o que quiseres, se for pedido sem ganância, o baú dar-te-á. Basta para isso, abrir a sua tampa.
Mas toma cuidado, advertiu o Gnomo:
- Se pedires algo que não seja necessário, o baú desaparecerá e nunca mais o vês.
 Quanto ao dom, explicou o gnomo:
- Dou-te o poder de fazeres todos à tua volta felizes. Ninguém que esteja contigo sentirá tristeza.
E continuou:
- Agora vai para casa e dá as flores à tua mãe que ela bem merece.
 A menina muito contente, pegou nas flores e no pequenino baú e voltou-se para ir para casa.
 Tinha dado apenas dois passos, quando se lembrou que não tinha agradecido ao seu amigo Gnomo.
 Virou-se para agradecer, mas já não encontrou o Gnomo nem o lindo cogumelo. Tudo tinha desaparecido por magia.
 A menina ainda pensou que tudo tinha sido um sonho, mas junto às flores que levava para a sua mãe, viu o pequeno baú e acreditou que na realidade, o Gnomo da felicidade existe e que se encontra algures na Natureza.    
           A menina já em casa contou o que lhe tinha acontecido, mas os pais não queriam acreditar.
 Então a menina abriu o pequeno baú e pediu uma pequena festa de aniversário para a mãe. De imediato, em cima da mesa apareceram muitas coisas boas e um lindo bolo de aniversário, com uma pequena placa feita de hóstia que dizia:
Parabéns mamã.
Os pais muito admirados, abraçaram a filha e agradeceram ao gnomo.
A partir desse dia, nunca mais faltou comida naquela casa.
E assim, todos viveram felizes para sempre e ainda hoje, tratam a natureza sempre com muito amor e carinho, respeitando tudo o que ela nos dá de livre vontade.

Carlos Cebolo

sábado, 26 de março de 2011

PAN E A FLAUTA MÁGICA

            

         
PÃ E A FLAUTA MÁGICA

No país do faz de conta, onde o sonho acontece muitas vezes, dando alegria a quem nele vive, havia uma floresta encantada, conhecida como o reino de Pã.
Pã era um ser lendário, que tinha as pernas de cabra e da cintura para cima era homem. Era conhecido como o rei Sauro que encantava todos aqueles que se aventuravam na sua floresta.
Pã, inventou uma flauta mágica que estava constantemente a tocar. Com o som dessa flauta, comandava a Natureza. Fazia chover quando estava triste e fazia correr uma brisa suave por toda a floresta, quando se encontrava feliz.
Nestes dias de felicidade, se alguém ouvisse a sua música, adormecia suavemente e tinha sonhos maravilhosos. Os animais da floresta dançavam ao som da sua música e viviam felizes.
Quando Pã passeava pelas árvores, sem se aperceber, deixou cair a sua flauta e como andava por toda a floresta, não sabia aonde a tinha perdido.
Nesse dia, a floresta ficou triste sem a sua música.
 Pã procurou a flauta por todo o lado, mas não a encontrou.
Um macaco que há muito tempo queria a flauta de Pã, encontrou-a e levou-a para fora da floresta para tocar sem que Pã ouvisse.
O macaco saiu com a flauta da floresta e andou muito tempo por serras e vales, até se encontrar bastante longe.
 Sem se aperceber, entrou numa quinta e quando se preparava para tocar a flauta, apareceu um menino pastor com as suas ovelhas e o seu cão de guarda.
O macaco com medo do cão, fugiu e deixou a flauta no chão.
O menino pastor apanhou a flauta e começou a tocar.
A música que saia da flauta era tão suave e linda que as ovelhas começaram a dançar ao som de tão bela música.
O menino pastor quando viu que as suas ovelhas estavam a dançar, lembrou-se da história que seu avô contava sobre a flauta mágica de Pã.
O pastor era pobre mas muito honesto. Por isso, resolveu ir até à floresta para entregar a flauta ao seu legítimo dono.
E assim fez.
Entrou na floresta cheio de medo, mas com muita coragem, chamou por Pã.
Pã apareceu e vendo que o menino estava com medo disse:
 -Não tenhas medo, eu não faço mal a ninguém e para te provar a minha gratidão, vou tocar uma linda música para ti.
Pã pegou na flauta mágica e começou a tocar.
A música era tão linda e suave que o menino adormeceu e sonhou.
Sonhou que era rico, que tinha uma bela casa sempre com muita comida na mesa e que os seus pobres pais nunca mais passariam fome. A sua mãezinha que se encontrava doente, já estava melhor e eram agora todos saudáveis e felizes.
Enquanto o menino sonhava, Pã que era mágico, via o sonho do menino refletido nas folhas das árvores e para o compensar pela sua honestidade e bondade, fez com que o sonho do pequeno pastor se tornasse realidade.
Acordou o menino e disse:
- Vai agora para tua casa. Quando lá chegares tosquia as tuas ovelhas e a sua lã será transformada em ouro puro que poderás vender e ficar rico. - Como gratidão por me teres devolvido a flauta, a tua cabana será uma linda e grande casa e nunca mais passarão fome. O teu sonho será realizado.
O menino agradeceu, saiu da floresta e foi para casa.
No caminho pensou que tudo não passara de um belo sonho, mas mesmo assim estava feliz porque tinha as suas ovelhas.
Como era altura da tosquia, resolveu tosquiar as ovelhas, antes que o dia chegasse ao fim.
Quando acabou de tosquiar as ovelhas, reparou que a lã era de uma cor parecida com a luz do sol e lembrou-se da promessa de Pã.
Olhou para a cabana e verificou que esta se tinha transformado numa linda casa e que a sua mãe e o seu pai, muito admirados, estavam à porta sem saber o que tinha acontecido.
Então o pequeno pastor contou a sua história e todos ficaram agradecidos a Pã por tal milagre.
Nesse instante, sentiram uma brisa suave a passar por eles e ouviram uma linda música no ar.
Nas nuvens por cima das suas cabeças, apareceu a figura de Pã que os saudou até desaparecer com o vento, levando consigo a sua bela música.
O pequeno pastor e a sua família viveram felizes para sempre.

Carlos Cebolo



quarta-feira, 23 de março de 2011

A VERDADEIRA AMIZADE (Uma história que bem poderia ser verídica se no Mundo não houvesse tanto egoísmo e preconceito)

              

           
A VERDADEIRA AMIZADE

(Uma história que bem poderia ser verídica se no Mundo não houvesse tanto egoísmo e preconceito)   
       
 Numa linda cidade do nosso país, havia dois meninos que andavam na mesma escola, embora fossem de níveis sociais diferentes. O Joãozinho, filho de uma família rica que vivia numa grande vivenda com piscina e um lindo jardim e o Júlio, menino pobre, que vivia numa casinha junto à doca de pesca, num bairro habitado por pescadores.
Quis o destino que ambos nascessem no mesmo dia e ano.
Com dez anos de idade, andavam ambos na mesma escola.
Como colegas, eram muito amigos e na escola, não faziam nada um sem o outro.
Na sala de aulas, sentavam-se um ao lado do outro, e no recreio, eram sempre companheiros nas brincadeiras.
 Nos estudos, o menino pobre era mais inteligente que o seu amiguinho rico e sempre que o via aflito com qualquer matéria que a professora mandasse fazer, de imediato ajudava-o em primeiro lugar e só depois é que fazia o seu trabalho.
Os pais do Joãozinho não se importavam com essa amizade, antes pelo contrário, reconheciam no Júlio um bom menino e uma boa influência para o seu filho.
No dia em que ambos fizeram anos, o Joãozinho chegou à escola e a primeira coisa que fez foi dar os parabéns ao seu amigo Júlio dizendo:
 - Amigo, logo ao fim da tarde os meus pais vão fazer-me uma grande festa, vou receber muitos presentes, e tu estás convidado.
 O Júlio deu também os parabéns ao seu amigo, mas ficou com uma cara triste.
 O Joãozinho vendo o seu amigo triste perguntou:
- O que tens? Estás doente? O Júlio respondeu:
- Sabes amigo, não é nada de saúde, mas é que eu nunca tive uma festa de aniversário, nem um único bolo com velas e muito menos um presente. Mas fico feliz por ti meu amigo.
 O sino tocou e ambos entraram para a sala de aulas. Passado algum tempo, o menino rico pediu à professora para ir à casa de banho. Saiu da sala e em vez de ir à casa de banho, tirou o seu telemóvel do bolso e falou com os pais. Voltou para a sala muito contente.
No final das aulas, ambos foram para a casa do Joãozinho no carro do seu pai, mas antes passaram pela casa do Júlio e pediram à mãe deste, para o deixar ir à festa.
Quando chegaram à vivenda do Joãozinho, o Júlio ficou admirado por ver uma casa tão grande. E mais deslumbrado ficou, quando viu que o seu amigo tinha um quarto grande só para ele e que esse quarto tinha muitas coisas lindas! Muitos brinquedos; muita luz e uma casa de banho só para ele.
Brincaram muito, não só os dois, mas também com todos os outros meninos que o Joãozinho tinha convidado.
 Passado algum tempo, ouviu-se a voz da mãe do Joãozinho na porta do quarto:
 - Meninos! Chega de brincadeira, vamos todos lavar as mãos e vamos para a sala que o lanche está pronto.
Quando chegaram à sala, viram uma grande mesa cheia de coisas boas e ao centro da mesa, dois bolos de aniversário, ambos com velas a indicar dez anos.
O Júlio muito admirado com tanta fartura disse muito contente:
- Olha Joãozinho! Tens dois bolos de aniversário! Que lindos!
 O Joãozinho abraçou o seu amigo e disse:
-Não meu querido amigo. Um dos bolos é teu. Parabéns que esta festa também é para ti. E abraçou o amigo com muita força ao mesmo tempo que todos começaram a cantar os parabéns ao Júlio.
 O Júlio chorou de alegria e o seu amigo chorou com ele.
 No fim da festa, o Joãozinho pegou numa grande e linda caixa e deu ao seu amigo Júlio dizendo:
 - Toma amigo:
- Esta é a tua prenda! O Júlio abriu a caixa e lá dentro estava um lindo computador com um lindo cartão de parabéns que dizia:
 - Para o meu melhor amigo. Parabéns! Assinado Joãozinho.
Os anos passaram, ambos seguiram o seu caminho.
O Joãozinho estudou medicina e é hoje um bom médico. O Júlio tornou-se um excelente gestor de empresas.
Ambos vivem na mesma cidade e continuam a ser muito amigos.
 Juntos ou separados, quando se reúnem com os amigos, fazem lembrar sempre que a verdadeira amizade nada tem a ver com a condição social ou com o dinheiro.
 A verdadeira amizade vem sempre do coração sem qualquer interesse por trás.
 E assim viveram felizes para sempre.

Carlos Cebolo

domingo, 20 de março de 2011

O LAGO ENCANTADO - CONTO INFANTIL

         

   
O LAGO ENCANTADO

No país do faz de conta, onde o sonho acontece muitas vezes, dando alegria a quem nele vive, havia um casal com três filhos, dois rapazes e uma menina, que eram muito pobres.
 O pai trabalhava na floresta como lenhador e levava consigo os dois rapazes para o ajudarem no corte das árvores que depois vendiam na cidade. A mãe era lavadeira e lavava no rio, as roupas das pessoas ricas da cidade. A menina ficava em casa a arrumar a pobre mas muito limpa casinha que o seu pai fizera com a madeira das árvores que cortara na floresta e onde viviam todos juntos. Além de arrumar a casa, a menina também fazia o almoço e o jantar para toda a família.
 Num dia de primavera, a menina depois de fazer o almoço foi apanhar umas flores do campo, para dar mais alegria à casa. No campo, junto das flores começou a falar com elas dizendo: - Que lindas cores vocês têm, como devem ser felizes assim vestidas!...Quem me dera a mim poder ter um vestido assim tão belo!...Mas como somos pobres, o dinheiro mal chega para comprar comida, nunca o poderei ter.- E começou a chorar baixinho.
 Uma lagarta que estava ali perto, no meio das flores, ouviu a menina e disse:
 -Não fiques triste. Como és sempre muito boa para com todos os animais, pois és incapaz de matar uma simples formiguinha ou de maltratar uma pequena lagarta como eu, eu e os meus amigos vamos te ajudar.- E continuou:- Eu sou a lagarta da seda que vós humanos chamam de bicho da sede. Vou fazer muitos fios de seda e vou pedir à aranha que os teça para fazer um tecido lindo com as cores destas flores e assim já podes fazer o teu vestido.
A menina agradeceu e ficou à espera que tal milagre acontecesse. O tempo foi passando e a menina nunca mais viu a lagarta. Apenas via uma borboleta a esvoaçar de flor em flor.
 Quando já tinha perdido a esperança e ter pensado que tudo não tinha passado de um sonho, apareceu a borboleta que lhe disse:
- Como te prometi, o teu tecido está pronto. Vai ao lago da floresta e chama pelo beija-flor. Ele te indicará o caminho.
- A menina muito admirada perguntou:
- Mas quem és tu? Tu nunca me prometeste nada! Quem me prometeu foi a lagarta!
 A borboleta riu-se e disse:
- Pois foi minha amiga, a lagarta sou eu que me transformei em borboleta e tu, com o tecido que te oferecemos, também te podes transformar numa linda princesa.
 A menina cheia de esperanças foi até ao lago e chamou:
- Beija-flor! Beija-flor!...
 De repente, vindo do meio das flores, apareceu um bando de passarinhos que traziam preso pelos bicos, um lindo tecido com as cores de todas as flores da primavera.
 O beija-flor que vinha à frente disse:
 - Toma é teu. Não o leves para casa. Guarda-o aqui junto ao lago encantado e todos os dias virás cá para o costurar até o vestido ficar pronto. Pedimos apenas um pequeno segredo. Não contes a ninguém. Isto é um segredo que é só nosso. Lembra-te disto.
 A menina guardou o tecido e foi para casa muito contente e todos os dias, depois de arrumar a casa, ia ao lago costurar o seu vestido e era ajudada nesta tarefa por todos os animais da floresta.
 No dia em que o vestido ficou pronto, a menina vestiu-o e ficou linda como o mais lindo dia de primavera. Contente começou a dançar e sem reparar, os seus pés saíram do chão e ela voou pelas nuvens e foi poisar no jardim de um lindo palácio.
 O príncipe dono do palácio ao vê-la, apaixonou-se logo por ela e pediu que casasse com ele. Mas a menina antes de dizes que sim, contou a sua história ao príncipe e disse que a sua família era muito pobre e não a podia abandonar.
O príncipe que ouvia com muita atenção disse:
 - Não te preocupes. Eu sou muito rico e vivo neste palácio grande. Vamos buscar a tua família e todos viveremos aqui como uma família só.
 A menina disse que sim, mas também tinha de ir agradecer aos seus animais amigos.
 O príncipe foi com ela, montados num lindo cavalo branco. No local onde deveria estar o lago, não havia nada, apenas árvores. Dos animais nem rasto. A menina e o príncipe foram a casa de madeira e convidaram a família a ir viver para o palácio.
À noite no seu quarto, a menina estava triste e nisto viu uma borboleta que poisou no seu ombro e disse muito baixinho:
- Não fiques triste! O lago está lá e nós também. Lembra-te do que te disse o beija-flor? O lago é encantado e o segredo é apenas nosso, Só nós o podemos ver!
 E continuou:
 - Quando estiveres triste vai lá sozinha e verás que os teus amigos te receberão com alegria. Dorme bem querida amiga.
- E a borboleta desapareceu.
 A menina casou com o príncipe e tornou-se princesa e todos os dias a menina tirava um bocado do dia para ir ao lago encantado ver os seus amiguinhos. Assim, viveram todos muito felizes para sempre

Carlos Cebolo

sábado, 19 de março de 2011

O ROUXINOL - CONTO INFANTIL



           



O ROUXINOL

Num dia lindo de primavera, numa floresta com bosques frondosos, nasceu um pequeno passarinho cinzento.
O passarinho não era todo cinzento, tinha penas com tons de castanho e com o peito da cor do fogo.
Nessa floresta, havia um bosque encantado.
A fada, madrinha do bosque pôs o nome de rouxinol ao passarinho e pediu à menina princesa do bosque encantado, que tomasse conta do seu lindo, mas frágil afilhado e que nunca o deixasse voar para fora do bosque.
        O rouxinol desde muito cedo encantou todos os habitantes do bosque com o seu lindo canto.
Cantava desde o nascer do dia até ao por do Sol, sempre na companhia da sua amiga princesa.
Do por do sol ao amanhecer, era a vez dos grilos e outros insetos cantarem em conjunto, fazendo uma música também muito alegre que ecoava por toda a floresta.
No bosque encantado, todos os habitantes viviam felizes.
Ninguém sentia medo naquele bosque, pois ouvindo o canto do rouxinol durante o dia e o canto dos grilos durante a noite, sabiam que estavam todos em segurança
. Depois do por do Sol, o lindo rouxinol ia descansar no seu ninho e a menina princesa pedia à coruja que ficasse de guarda, enquanto o rouxinol dormia, para que nada de mal lhe acontecesse.
 Passavam os dias e nada acontecia que perturbasse o sossego do bosque. Era sempre tudo tão calmo e encantador!...
Numa noite de verão, altura em que fazia muito valor, a coruja sentiu cede e pensou para si mesma:
 - Este bosque é calmo, todos são amigos uns dos outros, ninguém faz mal a ninguém. O pequeno rouxinol está a dormir na segurança do seu ninho. Vou um instante até ao rio que fica aqui perto beber um pouco de água e volto já.
A coruja não pressentindo qualquer perigo, saiu do seu posto de vigia e foi até ao rio beber água.
Demorou muito pouco tempo, mas foi o tempo suficiente para alguém levar o rouxinol.
Quando o dia nasceu, não se ouviu o canto do belo rouxinol e todos os habitantes do bosque encantado ficaram tristes e com medo.
 Chegou a noite e também por estarem com medo, os grilos e os outros insetos não cantaram.
Era um silêncio total. Ninguém dormiu nessa noite.
A menina princesa, sem o canto do rouxinol ficou doente e pediu a todos os seus amigos que procurassem o rouxinol.
A coruja que se sentia culpada por ter deixado o seu posto de vigia, voou muito alto e lá das nuvens viu o pobre rouxinol preso numa gaiola feita de ouro que se encontrava na varanda do palácio do príncipe Fauno.
O príncipe fauno, tinha pés de cabra e cabeça de duende, era muito invejoso e queria o cantar do rouxinol só para ele.
Mas o rouxinol preso, não cantava, pois tinha saudades da sua amiga princesa e da liberdade que o permitia voar de árvore em árvore pelo bosque todo.
Triste por não poder voar, preso na sua prisão dourada, também adoeceu e ficou deitado no fundo da gaiola
O Príncipe Fauno, pensando que a ave estava morta, abriu a porta da gaiola, tirou o pássaro e deitou-o fora.
A coruja que tinha ido ao palácio para libertar o seu amigo cantor, viu a pobre passarinho deitado na erva por baixo da gaiola.
Aproximou-se e ouviu a coraçãozinho da pequena ave a bater.
Cheio de esperanças, voou até ao rio e trouxe água fresca no bico.
Ao chegar junto à pequena ave, pegou no rouxinol caído no meio da erva, deu-lhe um pouco de água que levava no bico e o belo rouxinol acordou.
Quando se sentiu livre e com forças, ajudado pela coruja, voaram em direção ao bosque encantado.
Quando chegaram junto da menina princesa, o rouxinol começou a cantar e com o seu belo canto, a menina ficou melhor.
A vida retomou o seu curso e todos no bosque encantado, viveram felizes para sempre, ouvindo constantemente o lindo canto do rouxinol.

Carlos Cebolo
      

     

sexta-feira, 18 de março de 2011

O MENINO TRISTE E A BORBOLETA - Fábula infantil para a minha Neta LIA

      



   
O MENINO TRISTE E A BORBOLETA

             No país dos sonhos e contos de fadas, havia um menino que andava sempre triste, pois não sabia sonhar.
 Um dia, o menino triste saiu de casa para dar um passeio pelo jardim e ao passar junto a um canteiro, viu uma linda borboleta a esvoaçar de flor em flor.
Sentou-se numa pedra à sombra de uma árvore, a ver a linda borboleta e começou a pensar em voz alta.
- Ai, ai, como gostaria de ser feliz como esta pequena borboleta! Ser alegre, lindo e poder voar de flor em flor, ver o mundo do alto em vez de andar aqui no chão sem ter nada que me alegre!
A borboleta ouviu o menino, aproximou-se e disse:
- Amiguinho! Porque estás sempre tão triste? Alegra-te que o Mundo é belo. Eu já fui como tu. Já andei pelo chão a rastejar, sem poder voar, mas agora sou feliz!...
 O menino admirado com tais palavras perguntou:
 - Como assim? Explica-te melhor que eu não estou a compreender nada?
A linda borboleta então começou a contas a sua história:
 - Sabes! Eu nasci lagarta, como esta que está ali naquele pé de rosa a comer as folhas da roseira e a deixar um rasto de fios de seda. Mas depois, com os fios de seda fiz uma casa e fechei-me lá dentro. Nesse meu mundo fechado, fui-me transformando. Nasceram-me as asas e tornei-me nesta linda borboleta que agora vês.
E continuou:
- O teu mundo, menino! É muito maior que o meu e com um pouco de imaginação, podes também, viveres aventuras lindas e seres muito feliz. Eu mostro-te como se faz. Fecha os olhos e pensa que estás a voar e que nesse teu voo vês coisas lindas. Vais ver que tudo se torna belo e alegre.
O menino assim fez e começou a imaginar que estava a voar com a borboleta e com os pássaros, que se tinha tornado numa grande e linda águia, com cores lindas nas suas penas. E que estava a ver coisas maravilhosas à sua volta. Montes e vales cheios de flores e de árvores e também um lindo rio com água fresca e azul que corria por um campo rodeado de erva verde e flores vermelhas.
Cheio de sede e com calor, mergulhou nas águas do rio e transformou-se num belo peixe que nadava alegremente contra a corrente do rio.
 De repente viu-se num lindo vale e reparou que já era menino outra vez.
 Saiu das águas do rio e deitou-se à sombra de uma linda árvore a olhar o céu azul. Adormeceu e sonhou que era um príncipe e que cavalgava um lindo cavalo branco, livre como os passarinhos.
 Começou a ouviu a voz da sua mãe a chamar por ele. A sua mãe parecia que estava longe, pois a voz vinha muito fraca e ia ficando cada vez mais forte, até que o acordou.
Olhou à sua volta e viu a linda borboleta poisada na flor. Aproximou-se e disse muito baixinho. - Obrigado borboleta por me ensinares a sonhar! Nunca mais ficarei triste, pois agora nos meus sonhos poderei ser quem eu quiser!...
A mãe viu o filho muito alegre e também contente perguntou:
-Meu filho o que te aconteceu que estás muito feliz?
 O menino que já não era triste apenas respondeu:
- Nada querida mãe, apenas observei uma linda borboleta a esvoaçar de flor em flor e isto mostrou-me como o mundo é belo.
 E viveu feliz e alegre para sempre!...

Carlos Cebolo




terça-feira, 15 de março de 2011

O Macaquinho Verde e o Leão - Fábula Infantil

         

















O MACAQUINHO VERDE E O LEÃO

Lá muito longe, na floresta africana, numa noite linda de primavera, banhada por uma grande Lua redonda e muito brilhante, nasceu um macaquinho verde.
O macaquinho para além da cor, era também diferente dos outros no tamanho.
Era pequenino e magro, mas muito brincalhão e inteligente.
No mesmo dia, nasceu na savana africana um leãozinho forte e grande. Tão forte que os outros de imediato viram nele um líder.
Com o passar dos tempos, o macaquinho verde cresceu, mas manteve-se sempre mais pequeno e magro que os seus irmãos. Contudo, manteve-se também mais inteligente e ágil que eles.
Já no meio da savana, o leãozinho crescia e ficava cada vez mais forte e grande.
Nasceu-lhe uma bonita juba preta à volta do pescoço e a sua pele era de um castanho dourado que quando lhe batia o sol, deixava refletir raios de luz.
No reino das árvores, o macaquinho verde, devido à sua agilidade e inteligência, tornou-se o príncipe da floresta.
Do outro lado das árvores, o leãozinho, tornava-se o rei da savana e todos os outros animais o consideravam como o rei dos animais.
Assim, o leãozinho já crescido, era temido e respeitado por todos.
No reino das árvores, em plena selva africana, o macaquinho verde também era respeitado como príncipe; pois, devido à sua agilidade e inteligência, era sempre o primeiro a dar o alerta quando o perigo se aproximava e era ele quem indicava o caminho, voando de árvore em árvore para levar toda a família e amigos para longe do perigo.
Também era ele que conhecia as melhores árvores de frutos que consistia no principal alimento de todos os macacos.
Um belo dia, o macaquinho, farto das sombras das árvores resolveu dar um passeio pela Savana.
Vendo um lindo lago azul, cheio de sede, resolveu aventurar-se um pouco mais e aproximou-se do lago, tomando todas as cautelas possíveis e olhando bem para todos os lados para ver se não havia perigo.
Mas não reparou que no meio da erva alta e seca de tons dourados, se encontrava escondido o rei leão que tinha a mesma cor que a erva.
Quando distraído estava a beber a água fresca do lago, apareceu de repente o leão que de um salto agarrou o macaquinho entre as patas e disse:
- Ainda bem que apareceste, pois eu estava a ficar com fome e assim já tenho o que comer.
O Macaquinho muito aflito, antes do leão o meter na boca disse apressadamente:
- Vossa alteza não se contentará certamente com um macaquinho fraco e doente!...
- Doente? Retorquiu o leão um pouco desconfiado.
- Diz-me lá que doença tens?
O macaquinho que era muito inteligente rapidamente inventou uma doença e disse:
- Vossa alteza não conhece a doença da lua? Pois é essa a terrível doença que eu tenho. É tão grave que encontro-me aqui sozinho. Pois na selva ninguém me quer lá com medo de também a apanhar!...
- Doença da lua? Que doença é essa que eu não conheço? Retorquiu o leão.
O inteligente macaquinho depressa se pôs a explicar a doença:
- Vossa majestade não vê no enorme céu a brilhante lua? Não repara como ela depois de estar tão bonita começa a desaparecer aos poucos e acaba por morrer? É certo que depois nasce outra! Mas já não é a mesma! É outra que toma o seu lugar!
 O leão desconfiado perguntou:
- Como é que sei que não estas a mentir?
O macaquinho, vendo que o leão estava a ficar com medo, respondeu:
-Vossa majestade não vê que eu sou verde enquanto os meus irmãos são cinzentos? Pois quem tem esta doença fica verde e ela é muito contagiosa! Basta alguém tocar-me pata também ficar doente! E o pior, é que só eu sei a cura.
Fez uma pausa para ver a reação do leão e continuou:
- Eu arrisquei vir ao seu território para apanhar esta água, pois necessito dela para fazer o remédio para me curar.
- Vossa majestade já deve estar contaminado! Mas não se preocupe! Quando estiver a ficar verde, basta dar um grito que eu venho logo a correr para o curar! Pois sei como esta doença é dolorosa.
- O leão depois de muito pensar, cheio de medo, libertou o pobre macaquinho que prontamente se pôs em fuga para as árvores, salvando assim a sua vida e mostrando a todos que a inteligência é mais importante que a força bruta.

Carlos Cebolo