A VERDADEIRA AMIZADE
(Uma história que bem poderia ser verídica se no
Mundo não houvesse tanto egoísmo e preconceito)
Numa linda cidade do nosso país, havia dois
meninos que andavam na mesma escola, embora fossem de níveis sociais
diferentes. O Joãozinho, filho de uma família rica que vivia numa grande
vivenda com piscina e um lindo jardim e o Júlio, menino pobre, que vivia numa
casinha junto à doca de pesca, num bairro habitado por pescadores.
Quis o destino
que ambos nascessem no mesmo dia e ano.
Com dez anos de
idade, andavam ambos na mesma escola.
Como colegas,
eram muito amigos e na escola, não faziam nada um sem o outro.
Na sala de
aulas, sentavam-se um ao lado do outro, e no recreio, eram sempre companheiros
nas brincadeiras.
Nos estudos, o menino pobre era mais
inteligente que o seu amiguinho rico e sempre que o via aflito com qualquer
matéria que a professora mandasse fazer, de imediato ajudava-o em primeiro
lugar e só depois é que fazia o seu trabalho.
Os pais do
Joãozinho não se importavam com essa amizade, antes pelo contrário, reconheciam
no Júlio um bom menino e uma boa influência para o seu filho.
No dia em que
ambos fizeram anos, o Joãozinho chegou à escola e a primeira coisa que fez foi
dar os parabéns ao seu amigo Júlio dizendo:
- Amigo, logo ao fim da tarde os meus pais vão
fazer-me uma grande festa, vou receber muitos presentes, e tu estás convidado.
O Júlio deu também os parabéns ao seu amigo,
mas ficou com uma cara triste.
O Joãozinho vendo o seu amigo triste
perguntou:
- O que tens?
Estás doente? O Júlio respondeu:
- Sabes amigo,
não é nada de saúde, mas é que eu nunca tive uma festa de aniversário, nem um
único bolo com velas e muito menos um presente. Mas fico feliz por ti meu
amigo.
O sino tocou e ambos entraram para a sala de
aulas. Passado algum tempo, o menino rico pediu à professora para ir à casa de
banho. Saiu da sala e em vez de ir à casa de banho, tirou o seu telemóvel do
bolso e falou com os pais. Voltou para a sala muito contente.
No final das
aulas, ambos foram para a casa do Joãozinho no carro do seu pai, mas antes
passaram pela casa do Júlio e pediram à mãe deste, para o deixar ir à festa.
Quando chegaram
à vivenda do Joãozinho, o Júlio ficou admirado por ver uma casa tão grande. E
mais deslumbrado ficou, quando viu que o seu amigo tinha um quarto grande só
para ele e que esse quarto tinha muitas coisas lindas! Muitos brinquedos; muita
luz e uma casa de banho só para ele.
Brincaram muito,
não só os dois, mas também com todos os outros meninos que o Joãozinho tinha
convidado.
Passado algum tempo, ouviu-se a voz da mãe do
Joãozinho na porta do quarto:
- Meninos! Chega de brincadeira, vamos todos
lavar as mãos e vamos para a sala que o lanche está pronto.
Quando chegaram
à sala, viram uma grande mesa cheia de coisas boas e ao centro da mesa, dois
bolos de aniversário, ambos com velas a indicar dez anos.
O Júlio muito
admirado com tanta fartura disse muito contente:
- Olha
Joãozinho! Tens dois bolos de aniversário! Que lindos!
O Joãozinho abraçou o seu amigo e disse:
-Não meu querido
amigo. Um dos bolos é teu. Parabéns que esta festa também é para ti. E abraçou
o amigo com muita força ao mesmo tempo que todos começaram a cantar os parabéns
ao Júlio.
O Júlio chorou de alegria e o seu amigo chorou
com ele.
No fim da festa, o Joãozinho pegou numa grande
e linda caixa e deu ao seu amigo Júlio dizendo:
- Toma amigo:
- Esta é a tua
prenda! O Júlio abriu a caixa e lá dentro estava um lindo computador com um
lindo cartão de parabéns que dizia:
- Para o meu melhor amigo. Parabéns! Assinado
Joãozinho.
Os anos
passaram, ambos seguiram o seu caminho.
O Joãozinho
estudou medicina e é hoje um bom médico. O Júlio tornou-se um excelente gestor
de empresas.
Ambos vivem na
mesma cidade e continuam a ser muito amigos.
Juntos ou separados, quando se reúnem com os
amigos, fazem lembrar sempre que a verdadeira amizade nada tem a ver com a
condição social ou com o dinheiro.
A verdadeira amizade vem sempre do coração sem
qualquer interesse por trás.
E assim viveram felizes para sempre.
Carlos Cebolo
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