O ROUXINOL
Num dia lindo de
primavera, numa floresta com bosques frondosos, nasceu um pequeno passarinho
cinzento.
O passarinho não
era todo cinzento, tinha penas com tons de castanho e com o peito da cor do
fogo.
Nessa floresta,
havia um bosque encantado.
A fada, madrinha
do bosque pôs o nome de rouxinol ao passarinho e pediu à menina princesa do
bosque encantado, que tomasse conta do seu lindo, mas frágil afilhado e que
nunca o deixasse voar para fora do bosque.
O rouxinol desde muito cedo encantou
todos os habitantes do bosque com o seu lindo canto.
Cantava desde o
nascer do dia até ao por do Sol, sempre na companhia da sua amiga princesa.
Do por do sol ao
amanhecer, era a vez dos grilos e outros insetos cantarem em conjunto, fazendo
uma música também muito alegre que ecoava por toda a floresta.
No bosque
encantado, todos os habitantes viviam felizes.
Ninguém sentia
medo naquele bosque, pois ouvindo o canto do rouxinol durante o dia e o canto
dos grilos durante a noite, sabiam que estavam todos em segurança
. Depois do por
do Sol, o lindo rouxinol ia descansar no seu ninho e a menina princesa pedia à
coruja que ficasse de guarda, enquanto o rouxinol dormia, para que nada de mal
lhe acontecesse.
Passavam os dias e nada acontecia que
perturbasse o sossego do bosque. Era sempre tudo tão calmo e encantador!...
Numa noite de
verão, altura em que fazia muito valor, a coruja sentiu cede e pensou para si
mesma:
- Este bosque é calmo, todos são amigos uns
dos outros, ninguém faz mal a ninguém. O pequeno rouxinol está a dormir na
segurança do seu ninho. Vou um instante até ao rio que fica aqui perto beber um
pouco de água e volto já.
A coruja não
pressentindo qualquer perigo, saiu do seu posto de vigia e foi até ao rio beber
água.
Demorou muito
pouco tempo, mas foi o tempo suficiente para alguém levar o rouxinol.
Quando o dia
nasceu, não se ouviu o canto do belo rouxinol e todos os habitantes do bosque
encantado ficaram tristes e com medo.
Chegou a noite e também por estarem com medo,
os grilos e os outros insetos não cantaram.
Era um silêncio total.
Ninguém dormiu nessa noite.
A menina
princesa, sem o canto do rouxinol ficou doente e pediu a todos os seus amigos
que procurassem o rouxinol.
A coruja que se
sentia culpada por ter deixado o seu posto de vigia, voou muito alto e lá das
nuvens viu o pobre rouxinol preso numa gaiola feita de ouro que se encontrava
na varanda do palácio do príncipe Fauno.
O príncipe
fauno, tinha pés de cabra e cabeça de duende, era muito invejoso e queria o
cantar do rouxinol só para ele.
Mas o rouxinol
preso, não cantava, pois tinha saudades da sua amiga princesa e da liberdade
que o permitia voar de árvore em árvore pelo bosque todo.
Triste por não
poder voar, preso na sua prisão dourada, também adoeceu e ficou deitado no
fundo da gaiola
O Príncipe
Fauno, pensando que a ave estava morta, abriu a porta da gaiola, tirou o
pássaro e deitou-o fora.
A coruja que
tinha ido ao palácio para libertar o seu amigo cantor, viu a pobre passarinho
deitado na erva por baixo da gaiola.
Aproximou-se e
ouviu a coraçãozinho da pequena ave a bater.
Cheio de
esperanças, voou até ao rio e trouxe água fresca no bico.
Ao chegar junto
à pequena ave, pegou no rouxinol caído no meio da erva, deu-lhe um pouco de
água que levava no bico e o belo rouxinol acordou.
Quando se sentiu
livre e com forças, ajudado pela coruja, voaram em direção ao bosque encantado.
Quando chegaram
junto da menina princesa, o rouxinol começou a cantar e com o seu belo canto, a
menina ficou melhor.
A vida retomou o
seu curso e todos no bosque encantado, viveram felizes para sempre, ouvindo
constantemente o lindo canto do rouxinol.
Carlos Cebolo
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