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Tudo o que quero e não posso, tudo o que posso mas não devo, tudo o que devo mas receio. Queria mudar o Mundo, acabar com a fome, com a tristeza, com a maldade.Promover o bem, a harmonia, intensificar o AMOR. Tudo o que quero mas não posso. Romper com o passado porque ele existe, acabar com o medo porque ele existe, promover o futuro que é incerto.Dar vivas ao AMOR. A frustração de querer e não poder!...Quando tudo parece mostrar que é possível fazer voar o sonho!...Quando o sonho se torna pesadelo!...O melhor é tapar os olhos e não ver; fechar os ouvidos e não ouvir;impedir o pensamento de fluir. Enfim; ser sensato e cair na realidade da vida, mas ficar com a agradável consciência que o sonho poderia ser maravilhoso!...

segunda-feira, 28 de março de 2011

O GNOMO DA FELICIDADE

           

         
O GNOMO DA FELICIDADE

 Há muitos anos, num país do Oriente, uma menina brincava num prado coberto de flores silvestres.
A menina brincava sozinha, pois na sua aldeia não havia outros meninos, todos tinham ido para a cidade estudar. Só ela tinha ficado na aldeia com os pais.
Isto deixava-a muito infeliz, mas sabia e compreendia que os seus pais não faziam mais por ela, por serem muito pobres e o dinheiro que honestamente ganhavam com o seu trabalho, mal dava para comprar comida.
            Numa manhã linda de primavera, dia em que a mãe da menina fazia anos, ela foi ao prado apanhar umas flores para lhe oferecer.
Procurava entre muitas flores, as mais bonitas e frescas, pois queria fazer um lindo ramo com elas.
 No meio do prado, a menina viu um grande cogumelo cor rosa com riscas brancas e junto a ele, uma linda flor com pétalas de cor vermelha muito viva e outras de um amarelo brilhante.
 A menina ficou encantada com a bela flor e procurou logo apanha-la para meter no centro do seu ramo.
 Quando se abaixou para apanhar a flor, viu à sombra do cogumelo um pequeno ser que lhe disse:
- Alto aí!... Menina.
- Quem te autorizou a colher as minhas flores?
- Não sabes que todo este prado florido é meu por direito?
 A menina muito assustada perguntou:
-Quem és tu? Eu venho aqui todos os dias e nunca te vi!... E como pode uma criatura tão pequenina ser dona de um prado tão grande?
- A criatura pequenina, que não era maior que uma rolha de garrafa, respondeu:
 - Eu sou o Gnomo da felicidade e vivo neste prado há mais de mil anos.
 - Sou filho da Natureza e por isso, todas as flores silvestres são minhas, pois foi a minha mãe que as plantou.
- Tu nunca me viste porque nem todos me podem ver, só as crianças que têm bom coração e que respeitam a Natureza me podem ver.
- Quanto à tua terceira pergunta! Eu alerto-te que sou pequenino, mas também muito poderoso, sou mágico e posso fazer o bem ou o mal, tudo depende das tuas respostas.
E continuou a falar:
- Eu vejo-te todos os dias.
- Vens brincar no prado, conversas com as flores e tens muito cuidado com os animais que nelas moram.
- Agora, antes de saberes o que vou fazer contigo, responde-me à pergunta que te fiz?
 A menina cheia de medo respondeu:
- Desculpe senhor Gnomo. Eu não sabia que estas flores tão lindas tinham dono, nem sabia da sua existência, caso contrário, nunca as teria apanhado sem a sua autorização.
- E para que queres as flores? Perguntou o Gnomo.
  A menina respondeu com voz trémula:
- São para dar à minha mãezinha que faz hoje anos. Nós sonhos pobres e é a única prenda que eu lhe posso dar.
. Disse a menina já mais calma.
 O Gnomo tirou o seu barrete da cabeça e com ele a rodar numa das mãos disse:
- Muito bem! É para uma boa causa! Mereces as flores.
 Como prova da minha amizade e da minha gratidão por respeitares a Natureza, eu ofereço-te as flores, concedo-te um dom e dou-te este baú.
Dito isto, o Gnomo deu a volta ao cogumelo e apareceu com um pequeno baú na sua mão que entregou à menina dizendo:
- Este baú é mágico, tudo o que quiseres, se for pedido sem ganância, o baú dar-te-á. Basta para isso, abrir a sua tampa.
Mas toma cuidado, advertiu o Gnomo:
- Se pedires algo que não seja necessário, o baú desaparecerá e nunca mais o vês.
 Quanto ao dom, explicou o gnomo:
- Dou-te o poder de fazeres todos à tua volta felizes. Ninguém que esteja contigo sentirá tristeza.
E continuou:
- Agora vai para casa e dá as flores à tua mãe que ela bem merece.
 A menina muito contente, pegou nas flores e no pequenino baú e voltou-se para ir para casa.
 Tinha dado apenas dois passos, quando se lembrou que não tinha agradecido ao seu amigo Gnomo.
 Virou-se para agradecer, mas já não encontrou o Gnomo nem o lindo cogumelo. Tudo tinha desaparecido por magia.
 A menina ainda pensou que tudo tinha sido um sonho, mas junto às flores que levava para a sua mãe, viu o pequeno baú e acreditou que na realidade, o Gnomo da felicidade existe e que se encontra algures na Natureza.    
           A menina já em casa contou o que lhe tinha acontecido, mas os pais não queriam acreditar.
 Então a menina abriu o pequeno baú e pediu uma pequena festa de aniversário para a mãe. De imediato, em cima da mesa apareceram muitas coisas boas e um lindo bolo de aniversário, com uma pequena placa feita de hóstia que dizia:
Parabéns mamã.
Os pais muito admirados, abraçaram a filha e agradeceram ao gnomo.
A partir desse dia, nunca mais faltou comida naquela casa.
E assim, todos viveram felizes para sempre e ainda hoje, tratam a natureza sempre com muito amor e carinho, respeitando tudo o que ela nos dá de livre vontade.

Carlos Cebolo

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