O GNOMO DA FELICIDADE
Há muitos anos, num país do Oriente, uma
menina brincava num prado coberto de flores silvestres.
A menina
brincava sozinha, pois na sua aldeia não havia outros meninos, todos tinham ido
para a cidade estudar. Só ela tinha ficado na aldeia com os pais.
Isto deixava-a
muito infeliz, mas sabia e compreendia que os seus pais não faziam mais por
ela, por serem muito pobres e o dinheiro que honestamente ganhavam com o seu
trabalho, mal dava para comprar comida.
Numa manhã linda de primavera, dia
em que a mãe da menina fazia anos, ela foi ao prado apanhar umas flores para
lhe oferecer.
Procurava entre
muitas flores, as mais bonitas e frescas, pois queria fazer um lindo ramo com
elas.
No meio do prado, a menina viu um grande
cogumelo cor rosa com riscas brancas e junto a ele, uma linda flor com pétalas
de cor vermelha muito viva e outras de um amarelo brilhante.
A menina ficou encantada com a bela flor e
procurou logo apanha-la para meter no centro do seu ramo.
Quando se abaixou para apanhar a flor, viu à
sombra do cogumelo um pequeno ser que lhe disse:
- Alto aí!...
Menina.
- Quem te
autorizou a colher as minhas flores?
- Não sabes que
todo este prado florido é meu por direito?
A menina muito assustada perguntou:
-Quem és tu? Eu
venho aqui todos os dias e nunca te vi!... E como pode uma criatura tão
pequenina ser dona de um prado tão grande?
- A criatura
pequenina, que não era maior que uma rolha de garrafa, respondeu:
- Eu sou o Gnomo da felicidade e vivo neste
prado há mais de mil anos.
- Sou filho da Natureza e por isso, todas as
flores silvestres são minhas, pois foi a minha mãe que as plantou.
- Tu nunca me
viste porque nem todos me podem ver, só as crianças que têm bom coração e que
respeitam a Natureza me podem ver.
- Quanto à tua
terceira pergunta! Eu alerto-te que sou pequenino, mas também muito poderoso,
sou mágico e posso fazer o bem ou o mal, tudo depende das tuas respostas.
E continuou a
falar:
- Eu vejo-te
todos os dias.
- Vens brincar
no prado, conversas com as flores e tens muito cuidado com os animais que nelas
moram.
- Agora, antes
de saberes o que vou fazer contigo, responde-me à pergunta que te fiz?
A menina cheia de medo respondeu:
- Desculpe
senhor Gnomo. Eu não sabia que estas flores tão lindas tinham dono, nem sabia
da sua existência, caso contrário, nunca as teria apanhado sem a sua
autorização.
- E para que
queres as flores? Perguntou o Gnomo.
A menina respondeu com voz trémula:
- São para dar à
minha mãezinha que faz hoje anos. Nós sonhos pobres e é a única prenda que eu
lhe posso dar.
. Disse a menina
já mais calma.
O Gnomo tirou o seu barrete da cabeça e com
ele a rodar numa das mãos disse:
- Muito bem! É
para uma boa causa! Mereces as flores.
Como prova da minha amizade e da minha
gratidão por respeitares a Natureza, eu ofereço-te as flores, concedo-te um dom
e dou-te este baú.
Dito isto, o
Gnomo deu a volta ao cogumelo e apareceu com um pequeno baú na sua mão que
entregou à menina dizendo:
- Este baú é
mágico, tudo o que quiseres, se for pedido sem ganância, o baú dar-te-á. Basta
para isso, abrir a sua tampa.
Mas toma
cuidado, advertiu o Gnomo:
- Se pedires
algo que não seja necessário, o baú desaparecerá e nunca mais o vês.
Quanto ao dom, explicou o gnomo:
- Dou-te o poder
de fazeres todos à tua volta felizes. Ninguém que esteja contigo sentirá
tristeza.
E continuou:
- Agora vai para
casa e dá as flores à tua mãe que ela bem merece.
A menina muito contente, pegou nas flores e no
pequenino baú e voltou-se para ir para casa.
Tinha dado apenas dois passos, quando se
lembrou que não tinha agradecido ao seu amigo Gnomo.
Virou-se para agradecer, mas já não encontrou
o Gnomo nem o lindo cogumelo. Tudo tinha desaparecido por magia.
A menina ainda pensou que tudo tinha sido um
sonho, mas junto às flores que levava para a sua mãe, viu o pequeno baú e
acreditou que na realidade, o Gnomo da felicidade existe e que se encontra
algures na Natureza.
A menina já em casa contou o que lhe
tinha acontecido, mas os pais não queriam acreditar.
Então a menina abriu o pequeno baú e pediu uma
pequena festa de aniversário para a mãe. De imediato, em cima da mesa
apareceram muitas coisas boas e um lindo bolo de aniversário, com uma pequena
placa feita de hóstia que dizia:
Parabéns mamã.
Os pais muito
admirados, abraçaram a filha e agradeceram ao gnomo.
A partir desse
dia, nunca mais faltou comida naquela casa.
E assim, todos
viveram felizes para sempre e ainda hoje, tratam a natureza sempre com muito
amor e carinho, respeitando tudo o que ela nos dá de livre vontade.
Carlos Cebolo
Legal a Historia :)
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