O MACAQUINHO VERDE E O LEÃO
Lá muito longe,
na floresta africana, numa noite linda de primavera, banhada por uma grande Lua
redonda e muito brilhante, nasceu um macaquinho verde.
O macaquinho
para além da cor, era também diferente dos outros no tamanho.
Era pequenino e
magro, mas muito brincalhão e inteligente.
No mesmo dia,
nasceu na savana africana um leãozinho forte e grande. Tão forte que os outros
de imediato viram nele um líder.
Com o passar dos
tempos, o macaquinho verde cresceu, mas manteve-se sempre mais pequeno e magro
que os seus irmãos. Contudo, manteve-se também mais inteligente e ágil que
eles.
Já no meio da savana,
o leãozinho crescia e ficava cada vez mais forte e grande.
Nasceu-lhe uma
bonita juba preta à volta do pescoço e a sua pele era de um castanho dourado
que quando lhe batia o sol, deixava refletir raios de luz.
No reino das
árvores, o macaquinho verde, devido à sua agilidade e inteligência, tornou-se o
príncipe da floresta.
Do outro lado
das árvores, o leãozinho, tornava-se o rei da savana e todos os outros animais
o consideravam como o rei dos animais.
Assim, o
leãozinho já crescido, era temido e respeitado por todos.
No reino das
árvores, em plena selva africana, o macaquinho verde também era respeitado como
príncipe; pois, devido à sua agilidade e inteligência, era sempre o primeiro a
dar o alerta quando o perigo se aproximava e era ele quem indicava o caminho,
voando de árvore em árvore para levar toda a família e amigos para longe do
perigo.
Também era ele
que conhecia as melhores árvores de frutos que consistia no principal alimento
de todos os macacos.
Um belo dia, o
macaquinho, farto das sombras das árvores resolveu dar um passeio pela Savana.
Vendo um lindo
lago azul, cheio de sede, resolveu aventurar-se um pouco mais e aproximou-se do
lago, tomando todas as cautelas possíveis e olhando bem para todos os lados
para ver se não havia perigo.
Mas não reparou
que no meio da erva alta e seca de tons dourados, se encontrava escondido o rei
leão que tinha a mesma cor que a erva.
Quando distraído
estava a beber a água fresca do lago, apareceu de repente o leão que de um
salto agarrou o macaquinho entre as patas e disse:
- Ainda bem que
apareceste, pois eu estava a ficar com fome e assim já tenho o que comer.
O Macaquinho
muito aflito, antes do leão o meter na boca disse apressadamente:
- Vossa alteza
não se contentará certamente com um macaquinho fraco e doente!...
- Doente?
Retorquiu o leão um pouco desconfiado.
- Diz-me lá que
doença tens?
O macaquinho que
era muito inteligente rapidamente inventou uma doença e disse:
- Vossa alteza
não conhece a doença da lua? Pois é essa a terrível doença que eu tenho. É tão
grave que encontro-me aqui sozinho. Pois na selva ninguém me quer lá com medo
de também a apanhar!...
- Doença da lua?
Que doença é essa que eu não conheço? Retorquiu o leão.
O inteligente
macaquinho depressa se pôs a explicar a doença:
- Vossa majestade
não vê no enorme céu a brilhante lua? Não repara como ela depois de estar tão
bonita começa a desaparecer aos poucos e acaba por morrer? É certo que depois
nasce outra! Mas já não é a mesma! É outra que toma o seu lugar!
O leão desconfiado perguntou:
- Como é que sei
que não estas a mentir?
O macaquinho,
vendo que o leão estava a ficar com medo, respondeu:
-Vossa majestade
não vê que eu sou verde enquanto os meus irmãos são cinzentos? Pois quem tem
esta doença fica verde e ela é muito contagiosa! Basta alguém tocar-me pata
também ficar doente! E o pior, é que só eu sei a cura.
Fez uma pausa
para ver a reação do leão e continuou:
- Eu arrisquei
vir ao seu território para apanhar esta água, pois necessito dela para fazer o
remédio para me curar.
- Vossa
majestade já deve estar contaminado! Mas não se preocupe! Quando estiver a
ficar verde, basta dar um grito que eu venho logo a correr para o curar! Pois
sei como esta doença é dolorosa.
- O leão depois
de muito pensar, cheio de medo, libertou o pobre macaquinho que prontamente se
pôs em fuga para as árvores, salvando assim a sua vida e mostrando a todos que
a inteligência é mais importante que a força bruta.
Carlos Cebolo
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