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Tudo o que quero e não posso, tudo o que posso mas não devo, tudo o que devo mas receio. Queria mudar o Mundo, acabar com a fome, com a tristeza, com a maldade.Promover o bem, a harmonia, intensificar o AMOR. Tudo o que quero mas não posso. Romper com o passado porque ele existe, acabar com o medo porque ele existe, promover o futuro que é incerto.Dar vivas ao AMOR. A frustração de querer e não poder!...Quando tudo parece mostrar que é possível fazer voar o sonho!...Quando o sonho se torna pesadelo!...O melhor é tapar os olhos e não ver; fechar os ouvidos e não ouvir;impedir o pensamento de fluir. Enfim; ser sensato e cair na realidade da vida, mas ficar com a agradável consciência que o sonho poderia ser maravilhoso!...

segunda-feira, 9 de maio de 2011

AS AVENTURAS DE KALÓ III- (Kaló e a tribo do deserto)




AS AVENTURAS DE KALÓ
(Kaló e a tribo do deserto)

Kaló é um rapaz aventureiro que numa das suas viagens de aventuras, (Kaló e o gigante), ganhou um manto mágico que o transporta para qualquer sítio que imagina.
Desta vez o nosso amigo resolveu visitar uma tribo que vivia no deserto do Calaári, no sul de África.
Quando lá chegou, encontrou junto a uma árvore de grande porte, chamada imbondeiro, um habitante da região e reparou que o homem estava nu e tinha uma cor negra alaranjada. Nas costas, preso com uma corda ao pescoço, trazia um cesto feito com casca de árvore, com flechas e um arco. Na mão do homem viu também uma lança com uma grande lâmina.
O indígena quando viu o homem branco, saudou-o na sua língua que parecia estalinhos dados com a língua e levantou uma mão em sinal de paz.
Kaló que graças ao dom dado pelo gigante, sabia todas as línguas, respondeu dizendo com estalos:
- Olá irmão. Venho em paz. Tens água para eu beber? O bosquímano, assim se chama aquela etnia africana, desconfiado perguntou:
-De onde vens? Não és do deserto, a tua pele é branca!
Kaló explicou que veio do céu e como o indígena estava a desconfiar, Kaló disse:
 - Estás a ver aquela montanha? Eu vou até lá agora e venho novamente para o teu lado. E utilizando o manto, pediu que o transportasse para o alto da montanha.
Quando regressou. O bosquímano estava ajoelhado com a cabeça no chão e saudava-o na sua língua dizendo:
- Oh deus, perdoa-me se fiz algum mal, não me leves ainda que eu tenho filhos pequenos para criar.
 Kaló explicou que não era deus. Que era homem como ele e pediu que lhe tocasse, dizendo que era amigo.
O bosquímano com medo, lá se encheu de coragem e tocou no braço de Kaló e viu que era de carne e osso como ele. Admirado disse:
 - Agora sei que és amigo. Mas também és deus. Tens a pele clara, cabelos lisos e voas como os pássaros. És deus e és amigo de Kondo. Assim se chamava o bosquímano.
Depois já mais calmo, ofereceu água a Kaló e perguntou se ele o queria acompanhar na caçada.
Seguiam umas pegadas que mal se viam e que Kondo ia mostrando a Kaló. Este não via nada mas abanava com a cabeça dizendo que sim.
Avistaram um vulto que a Kaló pareceu ser um boi e como estavam quase a passar por ele, pensando que o seu companheiro não o tinha visto, apontou para o animal. O indígena abanou a cabeça a dizer não. Explicou que aquele animal era grande de mais e a família não necessitava de tanta carne.
Mais adiante, avistaram ao longe umas gazelas e em vez de irem direitos a elas, deram uma grande volta. O bosquímano vendo que o seu companheiro estava admirado com o percurso, disse:
- Temos de ir contra o vento para os animais não darem pela nossa presença. Só assim podemos chegar bastante perto para ferir o animal escolhido.
Quando chegaram perto do animal, escondidos atrás de uma duna, o indígena pegou numa seta, molhou a ponta num líquido que trazia dentro de uma pequena cabaça e utilizando o arco, feriu a gazela.
Os animais fugiram e Kaló viu o seu companheiro contente e perguntou:
 - Porque estás contente se falhaste? Não mataste o animal!
Kondo explicou que a seta tinha um veneno e que iriam encontrar o animal quando este morresse. Agora era só seguir o rasto.
Passado algum tempo e depois de muito andarem pelo deserto, encontraram a gazela já sem vida. Pegaram na gazela e foram para a aldeia.
Pelo caminho, Kondo explicou que apenas matavam para comer e que escolhiam sempre um animal que fosse suficiente para alimentar a família. Mesmo assim, sempre que matavam um animal, pediam perdão a deus por ter tirado a vida a um ser vivo.
Na aldeia, o bosquímano explicou à família, que o branco era um deus e que era seu amigo. A família de Kondo ficou muito contente por ter um deus entre eles e ficaram encantados com a cor e com os cabelos de Kaló.
Kaló julgava que ia encontrar uma aldeia grande, mas quando lá chegou viu que havia apenas quinze pessoas. Perguntou a Kondo, aonde estavam os outros habitantes da aldeia e este disse que as suas aldeias eram compostas apenas pela família e que outras famílias estavam espalhadas pelo deserto e que se visitavam de vez em quando.
Kaló ficou uns dias na aldeia e aprendeu muitas coisas. Aprendeu a fazer setas; a fazer o veneno que tiravam de uma planta; a apanhar uma espécie de batata que se encontravam enterradas na areia e que depois assavam para comer; a procurar água no deserto; a seguir pistas deixadas pelos animais e acima de tudo, aprendeu a ter respeito por todos os seres vivos.
Quando Kaló se despediu para se ir embora, Kondo apenas pediu que ele olhasse pela sua família lá de cima e que nunca deixasse acabar a caça no deserto.
Na aldeia indígena do deserto, ainda hoje todos vivem felizes por terem conhecido deus e por ele ser amigo de Kondo.
Kaló pôs o manto nas costas e desapareceu indo para outra aventura.

Carlos Cebolo

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