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Tudo o que quero e não posso, tudo o que posso mas não devo, tudo o que devo mas receio. Queria mudar o Mundo, acabar com a fome, com a tristeza, com a maldade.Promover o bem, a harmonia, intensificar o AMOR. Tudo o que quero mas não posso. Romper com o passado porque ele existe, acabar com o medo porque ele existe, promover o futuro que é incerto.Dar vivas ao AMOR. A frustração de querer e não poder!...Quando tudo parece mostrar que é possível fazer voar o sonho!...Quando o sonho se torna pesadelo!...O melhor é tapar os olhos e não ver; fechar os ouvidos e não ouvir;impedir o pensamento de fluir. Enfim; ser sensato e cair na realidade da vida, mas ficar com a agradável consciência que o sonho poderia ser maravilhoso!...

quarta-feira, 4 de maio de 2011

AS AVENTURAS DE KALÓ II (KALÓ E A ILHA PERDIDA)


         


AS AVENTURAS DE KALÓ
(KALÓ E A ILHA PERDIDA)

Kaló é um rapaz aventureiro que numa das suas viagens de aventuras, (Kaló e o gigante), ganhou um manto mágico que o transporta para qualquer sítio que imagina.
Nesta sua aventura, Kaló vai ter a uma ilha perdida nos mares do Sul, muito abaixo do continente Australiano.
A ilha tinha muito arvoredo de grande porte; muitas flores bonitas e muitos animais.
Kaló tirou o manto mágico dos ombros e guardo-o numa sacola que levava às costas e preparou-se para explorar a linda ilha.
Desde o início que pressentia ser seguido, mas não via ninguém. Olhava para todos os lados, mas apenas via árvores e mais árvores.
Por precaução, tirou a sua faca de mato, cortou um ramo forte e fez uma lança para se defender de algum animal selvagem.
Continuou a andar e ao entrar numa clareira, ouviu um barulho estranho. Parou para escutar melhor e de repente, viu-se rodeado de mulheres guerreiras.
Kaló não ofereceu resistência e foi levado à presença da rainha que ouvia com muita atenção o que uma mulher guerreira lhe dizia ao ouvido.
Pouco depois, a rainha chamou Kaló e perguntou-lhe:
 - É verdade o que diz a minha guerreira? Que és mágico e apareceste do nada?
Kaló respondeu:
 - Em parte é verdade. Eu sou mágico e vim das estrelas.
Vendo o temor das mulheres guerreiras, Kaló procurou logo ganhar vantagem e perguntou:
 - Onde estão os homens? Será que nesta ilha só há mulheres?
A rainha com voz trémula respondeu:
 - Os homens aqui são escravos. Enquanto são jovens, trabalham nas minas de diamantes que temos no fundo da ilha e só saem de lá quando são chamados e escolhidos para serem os pais dos nossos filhos. Os velhos e os doentes são atirados como alimento ao nosso deus lagarto.
Kaló ouviu com atenção e disse:
 - Pois foi isto mesmo que eu, deus das estrelas, vi lá de cima e não gostei. Por isso vim para vos ensinar a viver de outra maneira.
A feiticeira da tribo que se encontrava junto da rainha pediu a palavra e disse:
 - A nossa lenda profética diz que um dia, virá o homem deus das estrelas que nos libertará do deus lagarto.
E continuou:
- Se o que dizes é verdade, na próxima lua cheia enfrentarás o nosso deus e se o venceres acreditamos em ti. Se perderes, serás devorado pelo deus lagarto. Até lá, serás o nosso convidado de honra. Durante o dia podes andar por todo o lado, mas ao cair da noite é proibido sair para além das muralhas da aldeia.
Faltavam dois dias para a lua cheia e kaló procurava uma maneira de libertar os homens da escravatura, sem ofender as mulheres, pois queria que todos vivessem felizes.
Depois de ouvir o que a feiticeira tinha falado, Kaló perguntou:
 - E onde está o vosso deus lagarto? Eu gostava de o ver!
 A feiticeira conversou com a rainha em segredo e depois respondeu:
- O deus lagarto vive numa gruta da floresta, fora das muralhas da aldeia. Durante o dia dorme e à noite sai para caçar. Quando não encontra o que comer, ataca a aldeia e é nessas alturas que lhe damos os velhos e doentes que já não servem para nada.
Kaló agradeceu à feiticeira pela explicação e retirou-se para a sua tenda.
Quando se encontrava sozinho, tirou o manto mágico da sacola e ao usa-lo, pediu que o transportasse para a cova do monstro sem que este o visse.
Na gruta, viu um enorme dragão que dormia num sono profundo. Aproximou-se com cautela e cravou a sua lança no coração do dragão, ao mesmo tempo que pedia ao manto que lhe levasse de volta para a sua tenda.
O dragão deu um urro muito forte. Na aldeia as mulheres guerreiras com medo que o dragão aparecesse, montaram guarda nas muralhas, mas nada aconteceu. Apenas durante toda a noite se ouviu os gemidos do bicho.
A feiticeira que estava junto a uma fogueira, jogou uns pós no fogo e depois do fumo passar disse:
 - O nosso deus lagarto já sabe que estás cá. E está muito zangado. Por isso não vamos esperar a lua cheia. Amanhã, ao amanhecer, vais ser jogado na caverna do lagarto.
A rainha ainda tentou reclamar, mas a feiticeira que desde o início tinha medo que o rapaz lhe tirasse o lugar, falou:
 - É o que diz a nossa lenda. Por isso assim será feito. Caso contrário, a aldeia será castigada e todos morreremos.
Quando o sol apareceu no horizonte, as mulheres guerreiras levaram Kaló e jogaram-no na gruta do dragão. Kaló era o único que não mostrava medo, pois sabia o que tinha feito.
No fundo da gruta, o rapaz viu que o dragão estava deitado e que havia muito sangue á sua volta. A lança ainda estava cravada no peito do grande lagarto, mas este ainda estava vivo, embora muito faço, sem forças para se mexer.
Kaló com a sua faca de mato deu um golpe no pescoço do dragão. Este deu um grande urro e morreu.
 Na aldeia, as mulheres guerreiras ficaram à espera e na mina dos diamantes, os homens estavam aterrados sem saber o que se estava a passar.
Pouco depois, Kaló apareceu na aldeia com a sua lança cheia de sangue e com um dente que tinha tirado do dragão e disse:
- O vosso deus está morto. Agora eu sou o vosso deus e aquela que me desobedecer seja castigada com a morte.
Todas se ajoelharam e saudaram o novo deus.
Kaló ordenou que fossem buscar todos os homens à mina. E quando todos estavam já na aldeia falou:
- A partir de hoje não há guerreiras nem escravos. Todos são iguais e todos devem trabalhar para o bem comum. O homem e a mulher mais velhos, vão ser os chefes da aldeia e haverá um conselho composto por mulheres e homens que vão fazer as leis iguais para todos.
E acrescentou:
 - Eu vou-me embora para as estrelas e lembrem-se que lá de cima vejo tudo e se algo não estiver bem, eu volto para castigar os culpados.
Kaló embrulhou-se no manto mágico e desapareceu. Na ilha perdida todos vivem felizes e ainda hoje, aguardam a vinda do deus das estrelas.

Carlos Cebolo

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