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Tudo o que quero e não posso, tudo o que posso mas não devo, tudo o que devo mas receio. Queria mudar o Mundo, acabar com a fome, com a tristeza, com a maldade.Promover o bem, a harmonia, intensificar o AMOR. Tudo o que quero mas não posso. Romper com o passado porque ele existe, acabar com o medo porque ele existe, promover o futuro que é incerto.Dar vivas ao AMOR. A frustração de querer e não poder!...Quando tudo parece mostrar que é possível fazer voar o sonho!...Quando o sonho se torna pesadelo!...O melhor é tapar os olhos e não ver; fechar os ouvidos e não ouvir;impedir o pensamento de fluir. Enfim; ser sensato e cair na realidade da vida, mas ficar com a agradável consciência que o sonho poderia ser maravilhoso!...

quinta-feira, 19 de maio de 2011

AS SANDÁLIAS COR DE PRATA - CONTO INFANTIL


AS SANDÁLIAS COR DE PRATA

No país encantado do faz de conta, havia uma aldeia que era conhecida pela Aldeia dos bailes de fins-de-semana.
A aldeia ficava na floresta do norte, terras que pertenciam ao rei.
Todos os habitantes, velhos e novos, juntavam-se, aos fins-de-semana, no grande salão do clube recreativo da aldeia.
Joana era filha do padeiro da aldeia, homem honrado e respeitado por todos e era o único que depois do baile não ia para casa, mas sim para a sua padaria fazer pão para que este não faltasse nas mesas dos habitantes da aldeia e no palácio real.
Quando se aproximava o fim-de-semana, Joana ficava triste e no salão de baile, sentava-se num canto escuro e chorava baixinha.
Sempre que um rapaz se aproximava para a convidar para dançar, Joana negava, dizendo que não gostava de música.
Era apenas uma desculpa que Joana dava, pois na verdade ela adorava música, mas não sabia dançar.
No dia em que fez dezoito anos, Joana recebeu muitos presentes dos amigos e familiares e entre os presentes, encontrava-se um par de sandálias cor de prata que Joana adorou mal as viu.
Perguntou quem lhe tinha dado as sandálias, mas ninguém sabia. Era como se elas ali tivessem aparecido por magia.
A pequena festa que os pais lhe tinham preparado, chegou ao fim e todos os convidados foram para suas casas, ficando Joana sem saber quem lhe tinha dado as lindas sandálias cor de prata.
Já no seu quarto, Joana calçou as sandálias e viu que elas lhes ficavam muito bem. Eram leves e parecia que andava descalça, pois não sentia as sandálias nos pés e todo o seu corpo se tornou leve.
Depois de muito admirar as sandálias e como já era horas de dormir, Joana tirou-as dos pés e guardou-as no armário do quarto, junto aos seus mais lindos vestidos e foi dormir.
Durante a noite sonhou com as sandálias, com música e com os bailes que aos fins-de-semana havia na aldeia e com um príncipe.
Durante o seu sonho, viu uma linda menina vestida com um vestido vermelho e que calçava umas sandálias iguais às suas que lhe disse:
 - Joana! Eu sou a tua fada madrinha e fui eu quem te deu as sandálias. Elas são mágicas e sempre que as calçares, dançarás muito bem, serás a melhor bailarina do salão onde te encontrares.
No fim-de-semana seguinte, Joana calçou as sandálias e preparou-se para o baile.
Durante o baile, todos ficaram admirados com Joana. Dançou a noite toda e os rapazes faziam fila para dançarem com ela.
Joana dançou com todos sem mostrar interesse por nenhum deles, dançava apenas por dançar, acompanhando os passos da música sempre com alegria e harmonia.
A Fama de Joana como dançarina chegou a todo o lado e também ao palácio do rei, que tinha um filho em idade de casar e andava à procura de noiva.
Quando o príncipe fez vinte anos, o rei deu uma grande festa no palácio e convidou todos os habitantes do reino.
Joana ficou encantada com o convite, mas estava preocupada. Não tinha um vestido a altura de tal honra e os seus pais não lhe podiam comprar um, pois eram pobres.
Joana estava triste, sentada na sua cama, quando ouviu uma voz a chamar por si:
 - Joana! Joana! Não fiques triste que a tua fada madrinha tem uma solução.
Joana olhou e viu sentada junto à janela do quarto, a fada que lhe tinha aparecido nos sonhos.  
A fada vestia um lindo vestido vermelho e calçava sandálias cor de prata e disse à Joana:
-  Escolhe o teu melhor vestido e estende-o na tua cama.
 Joana assim fez. Escolheu o seu melhor vestido e estendeu-o na cama. Pegou nas sandálias cor de prata e juntou-as ao vestido. Olhou e disse:
 -Vês madrinha? Este vestido é o melhor que tenho, mas não faz um conjunto bonito com as sandálias que me deste. Não sei o que hei-de fazer!
  A fada levantou-se da cadeira, deu uma volta pelo quarto e falou:
 - Realmente tens razão. Vamos ver o que se pode fazer. Pegou na varinha mágica e apontou para o vestido. Da varinha saíram umas estrelinhas vermelhas e prateadas e o vestido começou a transformar-se.
Quando as estrelinhas desapareceram, o vestido de Joana transformou-se num lindo vestido vermelho com uma faixa prateada à cintura que terminava num lindo laço da cor das sandálias.
Joana gostou logo do vestido. Vestiu-o, calçou as sandálias e ficou linda. Virou-se para a fada e agradeceu com lágrimas nos olhos.  
A fada vendo a menina a chorar perguntou:
 -Porque choras? Não gostaste do vestido?
Joana abraçou a fada e disse:
 - Obrigada madrinha. São lágrimas de alegria. O vestido é muito bonito. Obrigada.
No dia do baile, Joana vestiu o seu lindo vestido e calçou as suas sandálias cor de prata e foi com os pais para o palácio.  
Quando entrou no salão, o príncipe ficou encantado com tanta beleza e quando a música começou a tocar, foi buscá-la para dançar.
O príncipe e Joana dançaram por todo o salão. E dançaram de tal maneira, que todos se admiraram com tal leveza.  
Joana parecia uma pena a esvoaçar ao vento, amparada pelos braços do príncipe e todos ficaram felizes por os verem dançar tão bem.
O rei contente e admirado com a beleza da jovem e com o seu belo dote de dançarina, perguntou ao seu ministro:
 - Quem é a linda jovem que dança com o príncipe?
O ministro respondeu que era Joana, filha do padeiro da aldeia, cuja fama de dançarina já tinha corrido o país inteiro. Eram gente pobre mas honestos e Joana era uma boa menina.
No fim do baile, o príncipe disse ao rei que queria casar com Joana, mas o rei disse que não podia ser, pois Joana não era de famílias nobres e não ficava bem o príncipe casar com uma menina do povo.
O Príncipe ficou triste e foi para o seu quarto, não saindo mais de lá. Não comia e adoeceu.
O rei preocupado com a saúde do filho, mandou chamar todos os médicos do reino, mas nenhum sabia o que fazer.
Durante a noite, a fada madrinha de Joana apareceu em sonhos ao rei e disse-lhe:
 - Rei, faz do pai de Joana Conde, dá-lhe o condado da floresta e assim já o príncipe pode casar com Joana e ser feliz. Só assim o príncipe ficará melhor.
No dia seguinte, o rei chamou o padeiro da Aldeia, deu-lhe as terras da floresta onde ficava a aldeia e nomeou-o conde da floresta do Norte ao mesmo tempo que pedia a mão de Joana para casar com o príncipe.
Quando o príncipe soube o que o pai tinha feito, ficou muito contente e melhorou.
No dia do casamento, Joana apareceu com um vestido branco bordado a prata que a fada madrinha lhe tinha dado e trazia nos pés as suas lindas sandálias cor de prata, que fizeram dela uma grande bailarina e uma linda princesa.
 Casaram e foram felizes para sempre.

Carlos Cebolo



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