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Tudo o que quero e não posso, tudo o que posso mas não devo, tudo o que devo mas receio. Queria mudar o Mundo, acabar com a fome, com a tristeza, com a maldade.Promover o bem, a harmonia, intensificar o AMOR. Tudo o que quero mas não posso. Romper com o passado porque ele existe, acabar com o medo porque ele existe, promover o futuro que é incerto.Dar vivas ao AMOR. A frustração de querer e não poder!...Quando tudo parece mostrar que é possível fazer voar o sonho!...Quando o sonho se torna pesadelo!...O melhor é tapar os olhos e não ver; fechar os ouvidos e não ouvir;impedir o pensamento de fluir. Enfim; ser sensato e cair na realidade da vida, mas ficar com a agradável consciência que o sonho poderia ser maravilhoso!...

quarta-feira, 25 de maio de 2011

JOANINHA E O REINO DE CRISTAL

               


          JOANINHA E O REINO DE CRISTAL

Joaninha era uma menina muito traquina. Em casa, a mãe tinha de colocar tudo que fosse de partir, em locais onde a menina não chegasse.
Quando era convidada para ir à casa de uma amiga, a mãe de Joaninha arranjava sempre uma desculpa para não ir, com medo que Joaninha partisse as coisas das amigas.
Um dia a fada madrinha da Joaninha, resolveu ajudar e em sonhos apareceu à mãe da menina e disse:
- Amanhã vai aparecer à porta de tua casa, uma vendedora a vender bonecos de cristal. Fica com o que ela te oferecer e dá à Joaninha para ela brincar. Vais ver que tudo se resolve.
No dia seguinte ao pequeno-almoço, a mãe disse para o marido:
- Sabes, tive um sonho muito esquisito.
 - Esquisito como? Perguntou o marido
- Sonhei com fadas e bonecos de cristal e no meio estava a nossa filha.
O marido disse:
- Não te preocupes! Isso é fruto da tua imaginação pelo facto da nossa filha partir os teus bibelôs.
 - Talvez! Disse a mãe e despediu-se do marido que foi para o trabalho.
A meio da tarde, a fada madrinha disfarçou-se de vendedora e bateu à porta da casa da Menina.
Quando a mãe abriu a porta a vendedora perguntou:
- Não quer comprar lindos bonecos de cristal?
A mãe da Joaninha viu os bonecos e disse:
 - São lindos. Bem gostava de ter uns, mas não posso. A minha filhinha parte tudo o que toca.
Nesse instante Joaninha apareceu à porta e a fada disse:
- Que linda menina.
A fada tirou da caixa um boneco muito lindo que parecia uma menina trazendo em cada pé uma borboleta e numa das mãos uma flor, na outra um coração. Chamou a Joaninha e deu-lhe a boneca.
De repente a mãe lembrou-se do sonho e quando ia falar, viu que a vendedora já não se encontrava à porta de casa.
Joaninha continuava a partir os bibelôs da mãe, mas o seu boneco continuava sempre intacto. A menina brincava e dormia com ele sem o partir. Sonhava muitas vezes que estava num reino de cristal e que brincava com muitos bonecos, todos de cristal e nunca os partia.
A mãe desesperada dizia para si mesmo:
- Se não visse aquele boneco, pensaria que tudo teria sido um sonho. Nada mudou no comportamento da menina.
Os dias foram passando e um dia, a mãe ouviu um grito e viu a filha sentada no chão do seu quarto, a chorar e perguntou:
- O que tens? Onde te dói?
A menina muito triste disse agarrada à mãe:
- O meu boneco partiu-se.
A mãe para consolar a filha disse:
 - Não chores que a mãe vai procurar a vendedora e compra outro igual.
Durante a noite, Joaninha sonhou com a fada madrinha. No seu sonho, a fada madrinha era a vendedora, depois transformava-se numa linda borboleta que voava entre lindos bonecos de cristal sem tocar neles. Viu também que num dos voos, a borboleta poisou no seu ouvido e disse com uma voz muito suave:
- Vês! Tens que ter sempre muito cuidado com as coisas de vidro. Se as partes, nunca mais ficam boas e temos de as deitar fora.
No dia seguinte, Joaninha acordou bem-disposta e a mãe pensou que ela já se tinha esquecido da boneca de cristal.
A menina brincava por toda a casa. Sempre que se aproximava de coisas de vidro, tinha sempre muito cuidado para não as partir.
Joaninha nunca mais partiu coisas.
A mãe sempre que ia dormir agradecia à fada madrinha e assim, viveram felizes para sempre.
Carlos Cebolo








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