Acerca de mim

A minha foto
Tudo o que quero e não posso, tudo o que posso mas não devo, tudo o que devo mas receio. Queria mudar o Mundo, acabar com a fome, com a tristeza, com a maldade.Promover o bem, a harmonia, intensificar o AMOR. Tudo o que quero mas não posso. Romper com o passado porque ele existe, acabar com o medo porque ele existe, promover o futuro que é incerto.Dar vivas ao AMOR. A frustração de querer e não poder!...Quando tudo parece mostrar que é possível fazer voar o sonho!...Quando o sonho se torna pesadelo!...O melhor é tapar os olhos e não ver; fechar os ouvidos e não ouvir;impedir o pensamento de fluir. Enfim; ser sensato e cair na realidade da vida, mas ficar com a agradável consciência que o sonho poderia ser maravilhoso!...

sábado, 30 de abril de 2011

AS AVENTURAS DE KALÓ - I (Kaló e o Gigante)


           
AS AVENTURAS DE KALÓ
(Kaló e o Gigante)
Kaló era o terceiro filho de uma família abastada que vivia numa pequena cidade.
O pai de Kaló criava cavalos e os filhos, três meninos e duas meninas, estudavam todos, na melhor escola da cidade.
Nas férias, as meninas aprendiam a bordar com a mãe e os rapazes, ajudavam o pai na grande quinta onde criavam cavalos.
Kaló era muito aventureiro e sempre que lhe era possível, montava num cavalo e saia da quinta sem destino certo.
Quando o pai perguntava aos filhos o que eles queriam fazer depois de acabar os estudos, os irmãos mostravam vontade de continuarem a trabalhar na quinta, mas Kaló sempre dizia que um dia gostaria de conhecer outras culturas e outros sítios.
No dia em que acabou os estudos, pediu ao pai um cavalo e que o deixasse ir pelo Mundo fora. O pai deu-lhe um cavalo e uma bolsa com moedas de ouro e disse para ele ter cuidado e quando estivesse satisfeito, que voltasse para casa, onde era muito querido.
Kaló montou no seu cavalo e partiu. Andou por vales e montanhas, viu muitos lugares bonitos e conheceu culturas diferentes. Por onde passava, procurava sempre trabalhar, aprendendo novos ofícios e ensinando também o que sabia, principalmente na criação de cavalos.
Um dia, depois de atravessar uma grande floresta, encontrou um rio. Seguindo o rio, viu que este acabava de repente e que as suas águas entravam numa grande gruta escura. Apeou-se e levando o seu cavalo consigo e um archote na mão, entrou na gruta e ouviu o barulho da água, do outro lado da rocha.
Kaló continuou a andar dentro da caverna e reparou que o caminho descia cada vez mais. Olhando para trás, viu que o lugar por onde tinha entrado, se encontrava já bastante longe e lá muito alto.
De repente, ao contornar uma grande rocha, viu luz ao fundo. Animado por chegar ao fim da caverna, apressou o passo.
Ao sair, viu um lindo lugar com muitas árvores de fruto e o rio que corria calmo por entre elas.
Quando chegou mais perto das árvores de fruto, reparou que eram laranjas, mas do tamanho de melões e as árvores eram também muito grandes. Tudo ao redor era grande.
Kaló admirado com tal coisa, parou a admirar tamanha beleza.
Como estava com fome, apanhou uma laranja, comeu e ficou com a barriga cheia.
Quando estava a descansar à sombra da enorme laranjeira, ouviu um barulho que parecia uma trovoada. Kaló, pensando que ia chover, levantou-se e procurou um lugar para se abrigar.
Nesse instante, viu um gigante que se aproximava. Reparou que o barulho era feito pelos passos do gigante e ficou com medo.
Quando o gigante o viu, disse com uma voz muito forte:
- Não tenhas medo que eu não faço mal a ninguém!
E continuou:
 - És tão pequenino! De onde vens?
Kaló explicou ao gigante como tinha entrado no vale e ainda com medo, disse:
- Eu não sou pequenino. De onde venho, todos são do meu tamanho. Tu é que és grande de mais!
O gigante rio e disse:
 - És engraçado. Eu gosto de ti. Até o teu cavalo é pequeno. Vais ver os meus!
Dito isto, pôs o rapaz no ombro, pegou no cavalo com uma mão e disse:
- Segura-te bem para não caíres!
Cada passo do gigante, para Kaló era igual a 100 metros de depois de muitos passos, chegaram a uma grande quinta. Kaló viu uma enorme casa e muitos cavalos maiores que elefantes.
 Quando lá chegaram o gigante disse:
- Tudo isto é meu. Vivo sozinho neste vale há muito tempo, tenho cavalos mas não os posso montar porque são bravos.
Kaló perguntou:
 - Então porque não os domas?
O Gigante muito admirado perguntou:
 - Domar! Como?
E acrescentou:
 - Eu não sei domar cavalos!
Kaló pensou um pouco e disse:
 - Mas eu sei e posso ensinar-te. Os cavalos são enormes, mas eu explico-te como o deves fazer, utilizando o meu cavalo e tu fazes o mesmo com um dos teus cavalos. Vais ver que é fácil.
O gigante concordou.
 Assim, Kaló ensinou o gigante a domar cavalos e passado algum tempo, já o gigante domava os seus cavalos sozinho.
Kaló mostrou vontade de regressar à sua terra.
O gigante quando soube, ficou triste mas disse:
 - És uma boa companhia, mas não tenho o direito de te prender aqui. Quando quiseres podes ir.
No dia da partida, o gigante preparou uma merenda para Kaló e deu-lhe como presente um manto feito com as crinas dos seus cavalos e disse:
- Este manto é mágico. Quando quiseres ir a algum lugar, é só pô-lo nos teus ombros e ele te levará e falarás todas as línguas. Se um dia quiseres visitar-me é só pedires ao manto.
E continuou:
 - Agora eu vou levar-te ao buraco por onde entraste e vou fechá-lo. Depois de saíres, ninguém mais encontrará a entrada para este vale. Sei que nem todos são bons como tu.
E assim fez.
Kaló sempre que quer visitar algum sítio que ainda não conheça, utiliza o manto e lá vai ele numa nova aventura.
Sobre o gigante, não falou a ninguém, pois ninguém iria acreditar nele e, mesmo que acreditassem, não saberia onde se encontrava a entrada da gruta para o vale do gigante.
Apenas lá vai visitar o seu amigo, utilizando sempre o manto mágico.
Kaló foi para casa, mas sempre que o seu espírito de aventureiro, procura novas aventuras, utilizando o seu manto mágico. E assim viveu feliz para sempre.

Carlos Cebolo




        

Sem comentários:

Enviar um comentário