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Tudo o que quero e não posso, tudo o que posso mas não devo, tudo o que devo mas receio. Queria mudar o Mundo, acabar com a fome, com a tristeza, com a maldade.Promover o bem, a harmonia, intensificar o AMOR. Tudo o que quero mas não posso. Romper com o passado porque ele existe, acabar com o medo porque ele existe, promover o futuro que é incerto.Dar vivas ao AMOR. A frustração de querer e não poder!...Quando tudo parece mostrar que é possível fazer voar o sonho!...Quando o sonho se torna pesadelo!...O melhor é tapar os olhos e não ver; fechar os ouvidos e não ouvir;impedir o pensamento de fluir. Enfim; ser sensato e cair na realidade da vida, mas ficar com a agradável consciência que o sonho poderia ser maravilhoso!...

segunda-feira, 25 de abril de 2011

O EREMITA E O LÁPIS MÁGICO

           
            

                              O EREMITA E O LÁPIS MÁGICO

Numa casinha situada no sopé de um monte, vivia um velhinho que os habitantes da aldeia chamavam de eremita.
Na aldeia ninguém sabia ao certo qual a história que existia à volta do velhinho. Apenas sabiam que quando a aldeia se formou, já ele vivia naquela casinha junto ao monte.
O velhinho não fazia mal a ninguém, mas não havia na aldeia, habitante que alguma vez o tivesse visitado.
Quando as crianças faziam algo que os adultos não gostavam, logo ameaçavam dizendo:
 -Se te portas mal, o eremita leva-te para a montanha.
       Na aldeia, vivia um menino órfão, muito pobre. Os pais do menino tinham morrido não acidente, quando ele tinha 7 anos de idade.
Desde essa altura, o menino para sobreviver, fazia pequenos serviços em troca de comida. As pessoas da aldeia de vez em quando, também lhe davam roupas velhas, que o menino vestia como se fossem novas.
Um dia, o eremita foi à aldeia fazer umas compras e quando voltava para a sua cabana no sopé do monte, escorregou e magoou um pé.
Ninguém na aldeia o ajudou. O eremita estava aflito para se levantar, pois o pé doía-lhe muito.
Nesse momento, o menino pobre aproximou-se do velhinho e deu-lhe a mão, ajudando-o a levantar. Como o velhinho estava ferido, o menino pegou no saco das compras, deu a mão ao eremita e acompanhou-o até a sua cabana.
Na aldeia, todos ficaram admirados com a coragem do menino, pois embora tivessem pena do velhinho, o medo que sentiam dele era mais forte. E por isso, ninguém o ajudava.
Quando chegaram à cabana da montanha, o eremita agradeceu ao menino dizendo:
- Obrigado rapaz! Eu não faço mal a ninguém, não sei qual a razão de todos terem medo de mim! Talvez seja por eu ser já muito velho!  
E continuou:
-Tu não tiveste. E ajudaste-me, quando eu mais precisava e por isso eu vou-te recompensar.
O menino respondeu:
 - Mas eu não fiz nada de mais, apenas o ajudei porque vi que o senhor estava ferido. Eu sei que o senhor não é mau, pois quando venho à montanha para apanhar frutos silvestres, vejo-o sempre a trabalhar na sua horta!
O eremita conhecia o menino, mas fingiu que não sabia nada sobre dele e perguntou:
 - Quem é a tua família?
O menino muito triste disse que não tinha ninguém. Que vivia sozinho.
O eremita ouviu e disse:
- Então somos parecidos! Eu também não tenho ninguém mas nunca fico sozinho.
O menino admirado perguntou:
 - Como assim?
E o eremita contou a sua história. 
Pegou num lápis e disse:
 -  Há muitos anos, apareceu por cá um anão que tinha fome e pediu-me de comer. Fiz-lhe um belo almoço e convidei-o a ficar comigo o tempo que quisesse. O Anão ficou apenas o tempo necessário para comer e depois do almoço, deu-me este lápis e disse:   
- Obrigado pelo belo almoço que me deste. Eu sou mágico e só apareço em casa de gente de bom coração. Para te compensar, vou dar-te este lápis mágico. Tudo o que desenhares com ele, se tornará real se  não fores ganancioso.
Vendo a admiração do menino, o eremita continuou:
 - Sempre que necessito de alguma coisa, desenho e, o que desenho aparece. Até agora desenhei apenas o que necessito, pois não quero ofender o anão mágico. Mas agora que já estou velho e não necessito de mais nada, ofereço-te.
O menino agradeceu e foi todo contente para a aldeia.
Quando lá chegou contou a sua história, mas ninguém acreditou nele e ainda o gozavam dizendo:
 - Foi com o eremita e ficou maluco como o velho.
O menino foi para casa muito triste e como estava com fome, desenhou com o lápis, uma mesa com coisas boas.
Assim que acabou de desenhar, apareceu no centro da sala uma bela mesa cheia de comida, igual ao desenho que tinha feito.
O menino contente, comeu até se fartar e já com a barriga cheia, desenhou um cão.
Durante a noite, quando estava a dormir, sonhou com o velhinho eremita que lhe parecia um anão e que lhe dizia:
- Pega no lápis e no teu cão e vai para outro lugar bem longe, não digas a ninguém.
O menino assim fez.
Andou por serras e vales até encontrar uma grande montanha.
Quando lá chegou, desenhou a montanha e no sopé, uma linda cabana. O seu desenho tornou-se realidade e ainda hoje, ele vive na sua cabana no sopé da montanha sozinho.
Quando necessita de alguma coisa, pega no seu lápis e desenha.
Como já está a ficar velho, espera que apareça alguma criança que tenha bom coração para lhe oferecer o lápis mágico.
Perlim pim pim a história chegou ao fim.

Carlos Cebolo

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