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Tudo o que quero e não posso, tudo o que posso mas não devo, tudo o que devo mas receio. Queria mudar o Mundo, acabar com a fome, com a tristeza, com a maldade.Promover o bem, a harmonia, intensificar o AMOR. Tudo o que quero mas não posso. Romper com o passado porque ele existe, acabar com o medo porque ele existe, promover o futuro que é incerto.Dar vivas ao AMOR. A frustração de querer e não poder!...Quando tudo parece mostrar que é possível fazer voar o sonho!...Quando o sonho se torna pesadelo!...O melhor é tapar os olhos e não ver; fechar os ouvidos e não ouvir;impedir o pensamento de fluir. Enfim; ser sensato e cair na realidade da vida, mas ficar com a agradável consciência que o sonho poderia ser maravilhoso!...

quarta-feira, 6 de abril de 2011

O OVINHO MÁGICO





O OVINHO MÁGICO

No país do faz de conta, havia uma aldeia que ficava nos arredores de um lindo bosque.
À noite, como ainda não tinha sido inventada a televisão, era costume os mais velhos, reunirem toda a família à volta da lareira e contarem histórias que já tinham ouvido dos seus pais e dos seus avós.
A maior parte das histórias falavam sempre do Bosque que rodeava a aldeia.
Diziam que era amaldiçoado e por isso ninguém lá queria entrar.
Uma das histórias dizia que um dia, há muitos anos, uma menina entrou no bosque e nunca mais voltou.
Diz a lenda que uma bruxa agarrou-a e ficou com ela. Ainda hoje, de vez em quando, se ouvem os gritos e gemidos da menina, mas ninguém tem coragem para lá ir.
Os habitantes da aldeia eram muito pobres. Viviam apenas da agricultura e dos pequenos animas que criavam.
Um dia, foi viver para a aldeia um humilde lenhador com a sua família.
 O lenhador tinha dois filhos pequenos, um rapaz chamado Piu e uma menina chamada Vil.
Como eram de fora, não conheciam as lendas do bosque, os vizinhos apenas tinham dito que o bosque era amaldiçoado.
O lenhador arranjava a lenha que vendia na cidade, junto ao bosque mas tinha medo de entrar nele e por isso a lenha era sempre pouca e o dinheiro que conseguia com a sua venda mal dava para sustentar a família.
Piu e Vil ajudavam o seu pai a levar a lenha para casa, sempre muito contentes e enquanto o pai apanhava a lenha, eles brincavam apanhando pequenas pedras de várias cores que encontravam pelo caminho.
 Uma das pedras que apanharam, era muito bonita e redondinha. Era azul claro e tinha pintas brancas. Contentes, foram a correr e mostraram a pedra ao pai.
 O lenhador viu a pedra e disse:
- Filhos! Isto não é uma pedra, é um ovinho de passarinho que caiu de algum ninho ou foi abandonado pelos pais.
Ambos os meninos, queriam ficar com o ovo e começaram a discutir um com o outro.
 Dizia Piu:
 - fui eu quem o encontrou e por isso ele é meu!
 Dizia a Vil:
- Mentira! Tu apenas o apanhaste! Mas quem o viu fui eu! Por isso ele é meu!
O pai chamou os filhos e disse:
-Não é preciso zangarem-se um com o outro. Os irmãos não devem lutar um com o outro. Devem ser sempre amigos. E além disso! Se lutarem podem partir o ovo e matar o passarinho que pode estar lá dentro! Porque não cuidam dele os dois? O ovo necessita de calor e muito amor.
 Piu que era o mais velho disse:
- Olha Vil! Pega nele e leva-o para casa que eu vou procurar uma coisa para servir de ninho.
 A menina levou o ovo para casa e o menino foi à procura de um ninho.
 Distraído Piu entrou no bosque e desapareceu entre as árvores.
 O pai pensou que os meninos tinham ido para casa.
 No fim do trabalho, o lenhador apanhou a lenha e também foi para casa.
 Quando lá chegou não viu o Piu e perguntou onde ele estava.
 Como Piu não aparecia, procuraram nas casas dos vizinhos e todos disseram:
 -Se o menino entrou no bosque está perdido para sempre, assim diz a lenda. O bosque é amaldiçoado e quem nele entrar não volta mais.
 O lenhador quis ir à procura do filho no bosque, mas os vizinhos não deixaram.
 Triste foi para casa e contou à esposa e à filha o que tinha ouvido dos vizinhos e todos começaram a chorar por terem perdido o Piu.
A mãe de Vil para a compensar, fez-lhe um ninho com panos e meteu lá dentro o ovo de passarinho.
Vil todos os dias dormia com o ovo junto à sua almofada e cuidava dele com muito amor, pensando sempre no irmão.
Um dia de manhã, o ovo partiu-se e lá de dentro saiu um lindo passarinho que começou logo a voar à volta da cabeça de Vil.
 A menina contente disse em voz alta:
- Que bom seria se Piu aqui tivesse. Ele iria gostar muito de ti meu querido passarinho.
 Nisto o passarinho voou pela casa e encontrando uma janela aberta voou em direção ao bosque, entrando nele.
 Vil correu para o apanhar, mas os pais que tinham ido atrás dela, não a deixaram entrar no bosque com medo de também a perderem.
Foram todos para casa muito tristes e Vil chorava em silêncio.
Vários dias se passaram e numa tarde em que o lenhador estava com a filha Vil a apanhar lenha junto ao Bosque, viram sair de lá o lindo passarinho que logo poisou no ombro de Vil, a cantar muito alegre.
Pouco depois apareceu Piu com um grande saco às costas.
 O pai muito contente abraçou o filho e perguntou o que se tinha passado.
Piu contou a sua história:
- Entrei no bosque sem querer, à procura de um ninho para o ovo de passarinho e quando quis voltar, não encontrei o caminho.
 No bosque depois de dar muitas voltas, encontrei um pomar com árvores de fruto dos quais me alimentei até hoje.
 Nesse pomar havia um lago e dentro desse lago encontrei muitas pedras lindas que apanhei. Fiz com as folhas de palmeira um saco e meti as pedras lá dentro.
 Hoje, quando estava a apanhar fruta para comer, apareceu este passarinho a esvoaçar à minha volta e a piar muito aflito.
 Segui o passarinho para ver o que se passava e depois de muitas voltas, dei com a saída do bosque.
 Foi ele que me indicou o caminho.
 O Pai e os dois filhos muito contentes, foram para casa com o passarinho sempre a cantar no ombro de Vil.
 As pedras que Piu apanhou no bosque eram preciosas e depois de vendidas fizeram desta família uma família muito rica e viveram felizes para sempre na companhia do passarinho.
O bosque continuou a ser misterioso e os habitantes da aldeia ainda hoje não entram nele.
                                                Carlos Cebolo






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