RECUSA PASSAGEIRA
13/03/2012
Vejo-te no meu profundo sonhar,
Toco-te com o véu do pensamento,
Procuro espaço para te poder acariciar,
Acabar com este triste momento.
No meu respirar sinto o teu perfume,
Suave como a brisa em alto mar,
Da minha pele tiro sensações,
Que alegram o meu triste despertar.
Acordo transpirado!...
A meio da noite, sem poder dormir,
Vou à janela para me refrescar,
À minha volta tudo parece ruir,
Triste por não te poder amar.
Procuro no céu uma esperança tua,
Com as estrelas cintilantes do firmamento,
Esperando o aparecimento da Lua,
Para testemunhar este triste momento.
A lua aparece com o seu belo luar,
Animando esta triste solidão,
Provocada pelo teu desinteresse,
Na longa noite que disseste não.
A tua recusa muitas vezes constante,
Ao meu estro quase desesperado,
Mostra a frágil conjuntura presente,
Num amor há muito já fragilizado.
Teimosamente procuro negar o facto,
Recordo com carinho os bons momentos,
Vividos num alegre próximo passado,
Activados por tão belos sentimentos.
No crepúsculo da manhã ainda estou acordado,
Ideias e tormentos, passam no pensamento,
Voltas e viravoltas na cama desesperado,
Procurando acalmar este triste tormento.
À lua, procuro pelo sentimento,
Que julgo guardado no teu coração,
A lua responde-me com o silêncio,
Apelando ao meu eterno coração.
O incorporal desejo presente,
Não deixa de ser o constante cansaço,
De um descanso diário ausente,
Sem querer fazer de mim palhaço.
Digo à lua com persistência,
Irado com tal situação,
O amor no casamento é essência,
De uma fiel e pura união.
Não gosto de ser recusado!
Não se recusa amor a ninguém!
É sentimento que deve ser dado,
Com o calor que o coração tem.
A lua pede-me para ter calma,
Sossega o meu pobre e sofrido coração,
Seu luar ilumina a mente e a alma,
Aceitando toda aquela situação.
A falta de saúde é passageira,
Logo estará tudo normalizado,
Compreende a tua companheira,
E mais tarde ficarás recompensado.
Carlos Cebolo