VOLÚPIA
06/03/2012
Uma estrela brilha no teu olhar,
No espelho da tua alma, vejo-te nua,
Coberta por uma névoa que vem do mar,
Iluminada pela triste luz da lua.
Vejo-te em vulto, sombra, aflição!...
Sem te poder abraçar e beijar,
Procuro seguir-te na escuridão,
Sem que te consiga alcançar.
Para me oferecer o seu coração,
Tua alma por mim se põe a chamar!
Oiço mas não te vejo.
Estás oculta por manto de noite escura!
Sigo tua voz com esperança,
Levo comigo o elixir que te vai curar,
Atravesso a escuridão com confiança,
Na ânsia de te poder encontrar.
Deitada num manto de seda pura,
Encontro-te envolta numa névoa de volúpia.
Chamas por mim com desejo ardente,
Massajo suavemente as tuas coxas nuas,
Salpicando teu corpo com o elixir da vida,
Extraindo o amor que em ti se sente,
Sossegando o espectro que te enraivecia.
Acalmo a minha dor e a tua,
Sacio-me com o mel do teu corpo,
Por ti oferecido com mestria.
Meus lábios selados nos teus com um beijo
Sorvendo todo o teu desejo,
E a vida que me oferecias.
Carlos Cebolo
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