LUAR DE AGOSTO
27/03/2012
Por um instante entrei na cubata,
Procurando encontrar companheira.
Encontrei uma linda mulata,
Estendida numa triste esteira.
Ao olhar para ela se percebia,
O medo que a rapariga tinha,
O esforço que a bela fazia,
Mostrando um lábio que sorria,
Numa triste alma que se mantinha.
Procurando manter a calma,
Sentei-me no chão ao seu lado,
Ela tirou a roupa e estremeceu.
Peguei-lhe na mão, beijei-lhe a palma,
Mandei-a vestir, ficando calado,
A mulata chorando, obedeceu.
Dei-lhe um beijo na quente testa,
Segurando firme a sua mão.
Levantei-me sem muita pressa,
Deixando algum dinheiro no chão.
Ela olhou para mim a chorar,
Sem saber o que fazer,
Começou então a falar,
Não me queria fazer sofrer.
Compreendi então a razão,
Do tormento da mulata,
Por ser virgem, pedia perdão,
Ao ver-me deixar a cubata.
Em Agosto de grande verão,
Numa noite de intenso luar,
A mulata apareceu então,
Dizendo que me queria falar.
Perguntei o que a moça queria.
A linda mulata sorriu,
Mostrando uma grande alegria,
Deu-me um beijo e fugiu.
O seu beijo fez-me sonhar,
No grande amor que nasceu,
Quando na cubata fui procurar,
O que não aconteceu.
Carlos Cebolo
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