SOMBRAS
28/03/2012
Sombras!...
Apenas sombras!
Corpos ambulantes desnudados,
Dos tristes meninos soldados.
Sombras de uma paixão,
De quem o poder não tem,
Sem ter uma arma na mão.
Sombras!...
Apenas sombras!
Crianças de pele e osso somente,
Apanhados no Mundo da ilusão,
Procuram viver o presente,
Enquanto bate o coração.
Sombras!...
Apenas sombras!
Mulheres jovens de corpo belo,
Arrastados para a prostituição,
Fazem do corpo o seu castelo,
Sem terem outra condição.
Sombras!...
Apenas sombras!
Idosos e idosas presentes,
Com anos de trabalho dado,
Sofrem o que o Mundo consente,
Isolados do seu baralho.
Sombras!...
Apenas sombras!
Corpos queimados pela doença
Da miséria acumulada,
À espera que a morte vença,
A sua vida malfadada.
Sombras!
Apenas sombras!
Políticos de fraca monta,
Corruptos com a lei na mão,
Prejudicam tudo que é contra,
A esta triste comunhão.
Sombras!...
Apenas sombras!
Fantasmas deambulam pelo Mundo,
À procura de paz e amor,
Num sistema que bateu no fundo,
E já causa tanta dor.
Sombras encontram somente,
Sobras de tempos idos,
Procuram plantar a semente,
Que faça um Mundo mais querido.
Sombras!...
Apenas sombras!
Projectadas no solo agreste,
Por uma Natureza aflita,
Que procura combater a peste,
De um Mundo Realista.
Sombras!...
Apenas sombras!
Da juventude perdida,
Sem nada ter feito para mudar,
A triste realidade sofrida,
Do Mundo que quer amar.
Sombra!...
Apenas sombras.
Carlos Cebolo
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