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Tudo o que quero e não posso, tudo o que posso mas não devo, tudo o que devo mas receio. Queria mudar o Mundo, acabar com a fome, com a tristeza, com a maldade.Promover o bem, a harmonia, intensificar o AMOR. Tudo o que quero mas não posso. Romper com o passado porque ele existe, acabar com o medo porque ele existe, promover o futuro que é incerto.Dar vivas ao AMOR. A frustração de querer e não poder!...Quando tudo parece mostrar que é possível fazer voar o sonho!...Quando o sonho se torna pesadelo!...O melhor é tapar os olhos e não ver; fechar os ouvidos e não ouvir;impedir o pensamento de fluir. Enfim; ser sensato e cair na realidade da vida, mas ficar com a agradável consciência que o sonho poderia ser maravilhoso!...

quinta-feira, 29 de janeiro de 2015


 GRAÇA DESGRAÇADA

Caminha altiva com graça,
Com graça no seu andar,
Seu andar pela desgraça,
Com graça no seu deitar.

Tem por desgraça maior,
O sangue da sua raça,
No coração traz amor,
No corpo sua desgraça.

A graça que nela mora,
Ser linda no seu despir,
A cabeça andar à nora,
A quem a poder possuir.

Sua desgraçada graça,
Na altivez da sua dor,
A graça trouxe desgraça,
E matou seu grande amor.

Amor que nela nasceu,
Com corpo perfeito e belo,
Numa alma que já morreu,
Na graça do seu castelo.

Aos poucos perdeu a graça,
Na débil vida levada,
E ficou só a desgraça,
Duma vida desgraçada.

Carlos Cebolo
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quarta-feira, 28 de janeiro de 2015


HUMILDADE

Na sua humildade,
Canta o poeta a dor do mundo,
Pede dignidade,
Para quem sofre de amor.

Na sua timidez,
Fala de sentimentos,
Do sentimento profundo,
Que na sua frigidez,
Fere o pobre coração,
Nos seus tristes momentos.

Na humildade de pensamento,
Canta as emoções,
Que o mundo sente na dor,
Em determinado momento,
Em várias condições,
Quando a alma pede amor.

Na humildade, a grandeza,
De vencer a dor,
Transformar a tristeza,
Cantando o amor,
Fazendo do feio, beleza.

Contra o prepotência,
Vence a humildade,
Da criança na sua inocência,
Ser humilde na verdade,
Forte na aparência,
No florescer da mocidade.

Carlos Cebolo
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terça-feira, 27 de janeiro de 2015

  

IMPOTENTE

Se sofrer fosse contigo,
Quando, com razão ou sem,
Chorar, seria comigo,
A dor que da morte vem,
A morte de um amigo.

Depender que não existe,
Sem nada lhe pertencer
E esta dor que resiste,
Esperando por vencer,
A tua alma, nobre e triste.

Nada se pode explicar,
Nesta sombra que é a vida,
A dor que a morte quer dar,
Com a leda vida sentida,
Ter nascido para amar.

Horas que o relógio tem,
Sem te fazerem dormir,
No pior que a treva contem,
A triste morte a sorrir,
Triste dor que à noite vem.

Triste relógio fatal,
Onde a tua alma se cala,
Por a morte ser igual
À vida que desiguala,
O morrer ao seu natal.

Nesse corpo moribundo,
Onde se encontra o seu ser,
Profundeza deste Mundo,
Com tua alma a padecer,
Por este abismo profundo.

Ao teu cadaverizar,
Impotente eu assisto,
Neste triste despertar,
Por onde vejo que existo,
Sem forças p’ra te salvar.

Carlos Cebolo
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segunda-feira, 26 de janeiro de 2015


DESILUSÃO

Propostas cansadas,
Palavras secas
Que a cercam
Com promessas vãs.

Esperança adiada,
Neste envelhecimento,
Tão embaraçoso
Na madrugada
Do seu pensamento.

Certamente envelheceste
Sem reter o eco
Do seu perfume,
Quando o conheceste.

Nesta sua ilusão,
O cansaço
Sempre triste,
Como recordação.

Carlos Cebolo
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sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

    

  REVELAÇÃO

O eco do brilho da lua,
Ecoa no meu pensar,
De um dia poder meus olhos,
Acompanhar teu olhar.

Por esse teu corpo belo,
Os meus olhos navegar,
Viver com eles o sonho,
De um dia te poder amar.

E com este meu olhar,
Beijar o teu lindo rosto,
Teu corpo acariciar,
E pôr fim ao teu desgosto.

Carlos Cebolo
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quinta-feira, 22 de janeiro de 2015


LÁGRIMA SOLITÁRIA

Era uma noite quente, sem luar.
No olhar, a lágrima solitária,
Uma dor que traduz seu olhar.

A triste dor que a inunda e acalma,
Tornou-se recordação diária,
Nesse profundo conforto da alma.

Aquele adeus que custa a passar,
Como forte elo de sangue e amor,
Com tudo que não se quer lembrar.

Aquela vida artificial,
Congelados silêncios de dor,
Aos poucos se tornou colossal.

Alma enleada na própria dor,
Aquela solitária tristeza,
De tudo que não tivera amor.

Lágrima solitária sem dor,
Corta a face com sua frieza,
Escapando-se com seu calor.

Carlos Cebolo
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quarta-feira, 21 de janeiro de 2015


DIFERENÇA

Nesta angústia, o desespero,
Na vida, raiva no sentir,
Nesta indiferença do teu Ser,
A diferença que considero.

Este algo que me salienta,
Por ser humano racional,
É a distinção que alimenta,
Toda a outra parte animal.

Na dor não sentir compaixão,
De quem por ela é atingido,
Ter indiferença na emoção,
Na partida do amor querido.

No sentir da fúria, o portal
Daquela revolta que sente,
É ser diferente do animal
Sem a luz presente na mente.

Carlos Cebolo
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terça-feira, 20 de janeiro de 2015


IRREALIDADES DA VIDA

Assim sinto o vento passar,
O forte vento que me abala,
Relógio que não vai parar,
Por esta vida que se cala,
No tempo que está a chegar.

Sofrer sem poder descansar,
Este meu triste pensamento,
Sem nada que o faça parar,
Sem causar um forte tormento
Nesta alma que não quer falar.

Sopra o vento esta minha sorte,
Do mistério que me atormenta,
Haver vida depois da morte,
Meditar que também se ausenta,
Do porto que perdeu o norte.

Na vida que parece real,
Como real, parece esta vida,
Que tudo na morte é igual,
Riqueza e pobreza vivida,
Temem na mesma o seu final.

Se me perdesse em pensamento,
Na causa do bem e do mal,
Odiava todo o nascimento,
Que no Mundo não fosse igual,
O Cristo e seu ensinamento.

E relembro tempos antigos,
Numa consciência ilusão,
Quem no Mundo não tem amigos,
Rasteja triste, pelo chão,
Fica sujeito a vários perigos.

Carlos Cebolo
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segunda-feira, 19 de janeiro de 2015


CAI NEVE NAQUELE MONTE

Brancura selvagem, monte agreste,
Se veste a Natureza em Janeiro,
Aquele quente beijo que me deste,
Também foi como o mês, o primeiro.

Enrola a neve no seu perfume,
Daquele beijo em seara madura,
Que no inverno se faz costume,
Fragrância do teu corpo, frescura.

Fúria indomável do teu sorriso,
Cai fria a neve no seu altar,
E no teu corpo, perco o juízo.

Como dedos do louro trigal,
Liberta a essência do seu amar,
Sussurro de gestos sem igual.

Carlos Cebolo
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sexta-feira, 16 de janeiro de 2015


LEMBRAR BIBALA (ANGOLA)

A chuva e vento leste,
Também se confunde o inverno e verão,
Naquele lugar agreste,
Tomei teu coração,
Naquele húmido beijo que me deste.

Naquela terra linda dos meus sonhos,
Bibala o nome dado,
Com meus sonhos medonhos,
Por lá não ter ficado,
Recordo todos os momentos risonhos.

Por lá encontrei o meu grande amor,
Tracei a vida nova,
Sem sofrimento e dor.
Já nada se renova,
Naquela vila com muito calor.

Carlos Cebolo
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quinta-feira, 15 de janeiro de 2015


NEGATIVO E POSITIVO

Acordar neste frio nevoeiro,
Por onde a alma se sente perdida,
Ténue no seu momento verdadeiro,
Intimo silêncio da hora sentida.

Nesse império de horas irreais,
Com asas das minhas tristes mágoas,
Com seus horizontes desiguais,
Na dimensão das correntes águas.

O meu pólo, sempre negativo,
No perfil de um ser que desagrada,
Sem encontrar o seu positivo
Pólo, por nesta vida agastada.

Caminhos outonais que percorre,
Indo além do que a vida espera,
Na atracção sentida, que não morre,
No surgir de nova Primavera.

Na sua saudade imperial,
A junção dos dois pólos na vida,
Forma a força do Ser imortal,
Desta triste alma, assim repartida.

Naquele paraíso que te achei,
Positiva na emoção do Ser,
Juntei, meu negativo e te amei,
Com a força deste nosso viver.

Carlos Cebolo
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quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

      

    CORAÇÃO

Ilusões guardadas no peito
Dor que inundava o seu olhar,
Sofreu o coração a seu jeito,
No seu eterno caminhar.

Um adeus que jamais passou,
Sua solitária incerteza,
Cobre a alma com sua tristeza,
A dor forte que o corpo abraçou.

E sangra o triste coração,
Na esperança do amor ardente,
Perde razão e condição,
Na dor que a própria alma sente.

Coração aberto para o amor,
Fecho sagrado de emoção,
Liberta em sangue a sua dor,
Sem libertar a confissão.

E vive eterno o seu amor,
No segredo da alma guardado,
O coração cheio de dor,
Que não chega a ser libertado.

Carlos Cebolo
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ECO DA LIBERDADE

Suspiro que nasce na alma,
Anda pelas asas do tempo,
Num coração que não entende,
O seu grito na noite calma,
Que forma todo o contratempo,
Eco perdido que se prende.

Com aquele falar forte d’alma,
Ouvido entre turbulência
De pensamentos naufragados,
Sofre a alma que não se acalma
E não aceita a penitência,
Dogmas fracos e desgastados.

Voa em asas de heroicidade,
O coração que a dor alenta,
Trancando p’ra posteriade,
O triste eco que o alimenta.

E o que a morte julgou matar,
Este amor e fraternidade,
Deste sonho vai acordar,
Entre ecos de liberdade.

Carlos Cebolo
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terça-feira, 13 de janeiro de 2015


ESCREVO (-ME)

Escrevo-me!...
Sou poema sem métrica e sem rima,
Em palavras que sopram vida,
Aprofundando a minha estigma.
Lês-me,
Como quem lê um conto,
Que a fantasia convida,
Nas tristes noites caídas.
Escrevo-me!...
No amor que juramos,
Apenas segredos encontro,
Das palavras que sopravam vida.
Estes sentimentos que falam,
Em letras usadas na poesia,
Contam uma história de magia,
Que os próprios ventos embalam.
Lês-me,
Em rimas de emoção,
Com um forte delírio,
Que aperta o meu coração.
És flor!
Silvestre e delicado lírio,
Que exposto ao Sol da alegria,
Sente a sua dor.
Escrevo-me!...
Com lágrimas de fantasia
Em contraste selvagem,
De uma doce calmaria.
Quero-te linda!...
Ousada,
Sonhadora,
Ansiosa da minha vinda.
Fazes por seres amada,
Seres a alma sonhadora,
Nesta linda noite finda.
Procuro-te em escrita de sabor,
Com a rebeldia do pecado,
Ganhando o teu amor,
Neste sonho inacabado.
Escrevo-te… Linda!....

Carlos Cebolo
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quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

   

 NÃO ERAS TU

Olhei-te, olhos nos olhos,
Penetrei no teu olhar,
Decifrei teus belos sonhos,
Mesma graça e mesmo ar,
Os mesmos sonhos medonhos.

Aquela alma de pureza,
Teu semblante pensativo,
De tudo tendo a certeza,
Sempre com seu porte altivo,
Tua doçura e beleza.

O mesmo tom no falar,
Querer ter sempre razão,
Aquele eterno pensar,
No falar do coração,
Ingénuo e quase vulgar.

No seu corpo, o teu perfume,
Gosto a canela e pimenta,
Quente como o forte lume,
O busto que se salienta,
Tuas vestes do costume.

Aquele seio perfumado,
Num mostrar sem ser agreste,
Aquele beijo adocicado,
Que naquele dia me deste,
Nesta alma ficou guardado.

Mas não eras tu, ali.
Minha ilusão se desfez,
Naquele beijo que senti,
Sem a tua embriaguez,
Nos sinais que então reli.

Carlos Cebolo
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quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

         

       VIDA

Fogo, Terra, Água e Ar,
Elementos da mãe Natureza,
Silencia e quebra o mar
E de nada tem a certeza,
Com todo este caminhar.

Chuva fecunda a terra humosa,
Na lezíria a força aparece,
No calor do Sol, vida ditosa,
Fogo que não arde e aquece,
A terra na estação pluviosa.

Das fossas marinhas fugiu,
A vida que se fez próspera,
O fogo da terra se uniu
À água que no solo supera,
Libertando o ar na atmosfera.

Silencia-se o Sol e o tempo chega,
Noite que a vida adormece,
Doce orvalho que a terra rega,
Alimenta a fonte e desaparece,
A criação da vida não renega.

A vida quase que esquecida,
Dos amores secretos guardados,
Sol de uma vida esmorecida,
Em encontros sempre esperados,
A felicidade tida por querida.

Tudo é vida e tudo é nada,
Tudo passa rapidamente,
A boa terra fecunda a semente,
Na morte da vida desgastada,
Que a alma da poesia sente.

Carlos Cebolo
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terça-feira, 6 de janeiro de 2015

       
     MEU DELÍRIO

Procuro-te em gestos ausentes,
Nua na minha embriaguez,
Na solidão dos sons presentes
Que em sonhos mostras a nudez,
Com os teus delírios recentes.

Escravo do teu doce olhar,
Na malícia da própria mente,
Suspiros de prazer no amar,
São delícias que o corpo sente,
Na loucura do meu sonhar.

Iluminada no prazer,
Mel nos lábios e teu desejo,
Com este amor do teu querer,
Na loucura do doce beijo,
Tudo faço por merecer.

Sou escravo do teu amor
E serás minha na magia,
No silêncio da bela flor,
Tua paixão, minha alegria,
Pétala liberta de dor.

Poiso meus lábios com mestria,
Nesse teu seio de loucura,
Rosa aberta e sua alegria,
Frenesim da minha procura,
Que o próprio tempo acaricia.

Carlos Cebolo
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segunda-feira, 5 de janeiro de 2015


ETERNA PRIMAVERA

Fecundo imaginário desse seu Ser,
Sempre com sonhos e delírios constantes,
No voar sem destino no seu padecer,
Ouvindo os próprios murmúrios incessantes.

Fantasia e loucura no seu olhar,
Entre aguarelas sem cor na solidão,
Será escravo presente do sonhar,
Em rimas constantes da doce paixão.

O querer voar nas asas da primavera,
Rebelde numa vida amadurecida,
O colher do mel e fel que a vida espera.

Esse amor, que outrora a vida lhe ensinou,
Com flores na felicidade escondida,
Fora escrito no desejo que sonhou.

Carlos Cebolo
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