IMPOTENTE
Se sofrer fosse contigo,
Quando, com razão ou sem,
Chorar, seria comigo,
A dor que da morte vem,
A morte de um amigo.
Depender que não existe,
Sem nada lhe pertencer
E esta dor que resiste,
Esperando por vencer,
A tua alma, nobre e triste.
Nada se pode explicar,
Nesta sombra que é a vida,
A dor que a morte quer dar,
Com a leda vida sentida,
Ter nascido para amar.
Horas que o relógio tem,
Sem te fazerem dormir,
No pior que a treva contem,
A triste morte a sorrir,
Triste dor que à noite vem.
Triste relógio fatal,
Onde a tua alma se cala,
Por a morte ser igual
À vida que desiguala,
O morrer ao seu natal.
Nesse corpo moribundo,
Onde se encontra o seu ser,
Profundeza deste Mundo,
Com tua alma a padecer,
Por este abismo profundo.
Ao teu cadaverizar,
Impotente eu assisto,
Neste triste despertar,
Por onde vejo que existo,
Sem forças p’ra te salvar.
Carlos Cebolo
carlosacebolo.blogspot.com/
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