NÃO ERAS TU
Olhei-te, olhos nos olhos,
Penetrei no teu olhar,
Decifrei teus belos sonhos,
Mesma graça e mesmo ar,
Os mesmos sonhos medonhos.
Aquela alma de pureza,
Teu semblante pensativo,
De tudo tendo a certeza,
Sempre com seu porte altivo,
Tua doçura e beleza.
O mesmo tom no falar,
Querer ter sempre razão,
Aquele eterno pensar,
No falar do coração,
Ingénuo e quase vulgar.
No seu corpo, o teu perfume,
Gosto a canela e pimenta,
Quente como o forte lume,
O busto que se salienta,
Tuas vestes do costume.
Aquele seio perfumado,
Num mostrar sem ser agreste,
Aquele beijo adocicado,
Que naquele dia me deste,
Nesta alma ficou guardado.
Mas não eras tu, ali.
Minha ilusão se desfez,
Naquele beijo que senti,
Sem a tua embriaguez,
Nos sinais que então reli.
Carlos Cebolo
carlosacebolo.blogspot.com/
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