O CHORAR DA FLAUTA
Ao longe, o som suave da flauta que chora,
Perdida naquela escuridão que a exila,
Do raiar luminoso da velha aurora,
Manto negro da nova viúva intranquila.
Viuvez do amor agreste despedaçado,
Quem sabe… A dor daquela flauta que chora,
Neste derradeiro despertar da hora,
Na vida que traz o amor assim traçado.
Esperando ansioso pela tua vinda,
Nesta glória do amanhecer que demora,
Oiço o som triste da flauta que assim chora.
Nesta orgia dos clarões da noite finda,
Os meus lábios na tua boca desflora,
As pétalas rosadas da flauta que chora.
Carlos Cebolo
carlosacebolo.blogspot.com/
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