REFUGIADOS
Como aves de arribação,
Assim povoam beirais,
Goteiras da solidão,
Separando seus casais.
Traçam imagens de emoção,
Negro fraque naquele voar,
Andorinhas chegam e vão,
Não se deixam encantar.
Atravessam um Oceano,
Enfrentando vendavais,
Fogem d’África no engano,
De dois mundos desiguais.
Nas tábuas de um corpo são,
Flagelo que os atormenta,
O destino de ocasião,
Da vida que os movimenta.
E assim enfrentam este Mundo,
Na retina, uma cidade,
No final do mar profundo,
Seca a flor da mocidade.
Carlos Cebolo
carlosacebolo.blogspot.com/
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