NO MEU SENTIR
No sentir,
A intensidade da vida
Nesse ver e ouvir
De uma despedida,
Aquela passagem por mim,
Que muito me fez sofrer,
Foi-me retirada assim
E o nada, continua a doer.
Foi minha a terra onde nasci,
Aquele lindo sol poente,
Tudo o que então senti
E até as águas da torrente
Daquela chuva quente e densa
Que caía sem parar,
Traçando com ela a sentença,
Que mais tarde me fez chorar.
Já nada me faz dano,
O pesadelo não me tira o sono,
E aquelas duas estações do ano,
Formaram o meu Outono.
O meu destino foi melhor que o acaso,
Neste fim que a vida me reserva,
Sinto o deserto quente e raso,
Vazio da seca erva.
Aquele meu Abril deslumbrante,
Foi deixado no espesso mato
E até o lindo diamante,
Tornou aquele viver ingrato.
Hoje, provoco o pensamento,
Rebusco vivências do seu interior,
E sem lançar qualquer lamento,
Seco as lágrimas daquela dor.
Carlos Cebolo
carlosacebolo.blogspot.com/
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