PEREGRINO
Sou nesta minha terra peregrino,
Por aqui tracei este meu triste destino,
Quando a terra onde nasci desprezei,
Sem cuidar de tudo que por lá amei.
Quantas vezes também fui desprezado,
Sem dar valor ao belo chão sagrado,
Na terra onde senti grande pureza,
Amando toda aquela natureza.
Quem viu nascer aquele belo arvoredo,
Colheu cores e o seu cheiro em segredo,
Do arco-íris pintado na incerteza,
Vermelha terra de grande beleza.
Da terra vermelha por mim pisada,
Recordando tudo da terra amada,
Procuro libertar-me do passado
E deste futuro para sempre adiado.
Por este mundo, também sou peregrino,
Lembranças que trago desde menino,
Procurando pelo meu chão sagrado,
Na recordação do que foi amado.
Nesta Diáspora da dança e contradança,
Apenas sufoco com essa lembrança,
Onde se renova o corpo envelhecido,
Do infortúnio de por lá ter nascido.
Assim sou neste eterno Portugal,
Dono da estabilidade emocional,
Andando por todo o lado perdido,
Entre muitos, o peregrino esquecido.
Carlos Cebolo
carlosacebolo.blogspot.com/
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