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Tudo o que quero e não posso, tudo o que posso mas não devo, tudo o que devo mas receio. Queria mudar o Mundo, acabar com a fome, com a tristeza, com a maldade.Promover o bem, a harmonia, intensificar o AMOR. Tudo o que quero mas não posso. Romper com o passado porque ele existe, acabar com o medo porque ele existe, promover o futuro que é incerto.Dar vivas ao AMOR. A frustração de querer e não poder!...Quando tudo parece mostrar que é possível fazer voar o sonho!...Quando o sonho se torna pesadelo!...O melhor é tapar os olhos e não ver; fechar os ouvidos e não ouvir;impedir o pensamento de fluir. Enfim; ser sensato e cair na realidade da vida, mas ficar com a agradável consciência que o sonho poderia ser maravilhoso!...

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

DE ANGOLA NADA


O meu olhar penetrante está vazio.
Olho ao meu redor e nada vejo.
O clima outrora quente acomoda o frio
E a alma sente a falta do desejo.

Desejo que senti com grande paixão,
Nos tempos áureos da Juventude.
Recordações que atormentam o coração
Por me encontrar numa outra latitude.

Da janela do meu quarto vejo nada.
Nada que me recorde o meu passado.
Juventude perdida mas não esquecida,
Vivendo com dignidade de prova dada.
Sempre com o pensamento no país amado,
Por toda a parte sempre de cabeça erguida.

Da varanda da minha casa nada vejo.
Olho as ruas procurando um desejo.
No céu apenas às estrelas agrado,
E procuro consolo no colo amado.

Da mãe Terra que me viu nascer,
Aceito o destino que me deu.
Procuro a todo o custo renascer
No Belo país que me acolheu.

No Portugal do meu coração,
Nada vejo do meu passado.
Recordo Angola com paixão,
E do bom tempo ali passado.

Passado que não volta mais.
Por opção assim tomada.
Da terra tenho saudade,
Do povo não sinto nada.
Praticaram maldade demais,
Não olhando a identidade.

Daqui nada vejo com agrado,
De lá nada procuro ter
Os bens por mim lá deixado
Ninguém me vai devolver.

Moçâmedes a minha cidade
Namibe o meu deserto
Onde vivi a mocidade
Sempre com futuro incerto


Lubango cidade alta e linda
Cercado pela serra da chela
Ao planalto a visita era bem vinda
E de todas era a mais bela.

Bibala dos meus encantos
Onde vivi menino e rapaz
Era a Vila dos quatro cantos
Onde se encontrava a paz.

De Angola já nada resta
Que me recorde os tempos bons
O que vem de lá já não presta
Apenas se aproveita os sons.

Sons da música africana bela
Sons das vozes das raparigas
Música proveniente da Chela
Lembrando gentes amigas.

Tem Luanda como capital
De um império destroçado
Das cinzas retira o mal
Lembrando o passado amargo.

Do resto recolho nada
Como nada de lá tirei
Recordo a vida airada
Do tempo que lá passei.

Carlos Cebolo

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