A lua redonda nasce no céu limpo.
As nuvens não fazem a sua aparição.
A alma voa como se estivesse no limbo
E o coração sofre com a recordação.
A noite africana é sempre quente,
Como quente é o fogo que arde em nós,
Lembrando a vida sofrida daquela gente.
Irmãos de sangue que não tinham voz.
Com pele da cor do carvão,
Considerados seres sem alma,
Procuravam sempre em vão,
Manter a impressionante calma.
No país estranho chegados,
Descarregados como animais,
Eram comprados como gado
Por quem por eles pagava mais.
Sangue africano sofrido,
Espalhado por toda a parte,
É hoje um poema lido,
Mostrando todo o engenho e arte.
Um povo que a todos reclama,
Um pouco por todo o Mundo,
Valores dos filhos que ama,
Esquecendo um passado imundo.
A brilhante lua cheia africana,
Em Angola ou na outra costa,
Acolhe sempre quem ama,
Não esquecendo quem dela gosta.
Angola é a minha terra,
Portugal a minha Nação,
A liberdade em mim é eterna,
E trago paz no Coração.
Angola é dos angolanos,
Pele escura pois então!
Angolanos de outros anos,
Brancos que já lá não estão.
Minha terra linda e triste,
Angola do meu coração.
O bom povo já lá não existe,
Mas de longe estendem a mão.
Estendem as mãos à linda e quente terra,
Sem se importarem com o povo que nela vive,
Trazem no coração uma grande dor eterna,
Mas é noutras terras que se sentem livres.
Livres de pensar e de sentir angolano,
Clima quente e águas mornas deixam,
Encontram águas frias todo o ano,
E da falta de calor da terra queixam.
Carlos Cebolo
Sem comentários:
Enviar um comentário