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Tudo o que quero e não posso, tudo o que posso mas não devo, tudo o que devo mas receio. Queria mudar o Mundo, acabar com a fome, com a tristeza, com a maldade.Promover o bem, a harmonia, intensificar o AMOR. Tudo o que quero mas não posso. Romper com o passado porque ele existe, acabar com o medo porque ele existe, promover o futuro que é incerto.Dar vivas ao AMOR. A frustração de querer e não poder!...Quando tudo parece mostrar que é possível fazer voar o sonho!...Quando o sonho se torna pesadelo!...O melhor é tapar os olhos e não ver; fechar os ouvidos e não ouvir;impedir o pensamento de fluir. Enfim; ser sensato e cair na realidade da vida, mas ficar com a agradável consciência que o sonho poderia ser maravilhoso!...

sábado, 6 de agosto de 2011

ORIGENS -UM APANHADO DO MEU RAMO FAMILIAR -


No tema família, sem querer fazer uma árvore genealógica, vou apenas lembrar o pouco que a minha memória ainda guarda sobre as famílias que me deram origem, proporcionando assim, no futuro, se esse for o entendimento, que algum meu descendente e, ou familiar proveniente de um dos ramos, possa dar início ou conclusão a tal mapa familiar.A árvore genealógica.
Pouco ou quase nada sei sobre os meus avós, pois era costume antigo, fecharem-se e não dizerem nada que dissesse respeito à família que lhes deu origem
Assim, apenas sei que meu avô paterno Filipe Cebolo natural de Seixos, Carrazeda de Anciães, Trás-os-Montes, Portugal era filho de António Cebolo e de Antónia Gonçalves, foi para Angola como enfermeiro e lá casou com a minha avó paterna de nome Domingas Beatriz da Costa, filha de José da Costa e de Emília.
 Tiveram vários filhos que vou aqui indicar, procurando não me esquecer de nenhum: Filipe Eduardo (meu pai) César Augusto, Maria Emília, Adelaide, Gravelina, António e José (Zeca), e talvez mais alguns que possivelmente terão morrido antes de eu nascer e por tal motivo não me recordo dos nomes.
Sobre a minha parte materna sei, através de memória de minha mãe, que meu avô chamava-se Adolfo de Oliveira era filho de Aniceto D’Oliveira e de Margarida Rosa da Silva, natural de Reguengo Pequeno, Lourinhã e foi para Angola como militar com a patente de cabo. Meu avô materno casou em Angola com minha avô Isaulinda Caldeira Mendes Pinto, filha de colonos agricultores da Chibia, Lubango e tiveram vários filhos que aqui vou referir os vivos que conheci e alguns falecidos que minha mãe falou. Os filhos foram: José Mário; Flora, Olga (minha mãe), Eurico, Armando e  Cristina Margarida. Dos falecidos apenas ouvi falar no nome. Carlos; Maria Aurora; Armindo e Maria do Carmo. Não sei se houve outros. Julgo que não.
Meu avô paterno sempre trabalhou como enfermeiro em várias partes de Angola e acabou por se reformar em Moçâmedes, onde morreu. Minha avó foi dona de casa e muito trabalhou para criar tantos filhos.
Meu avô materno depois de deixar o exército, onde foi combatente na I grande guerra, dedicou-se à agricultura e pecuária fixando residência no Matuco (Fazenda agrícola), situada no sopé da serra da Chela no concelho de Vila Arriaga.
Na Vila construiu uma casa de habitação onde viveu os seus últimos anos. Junto a essa casa, construiu uma pensão e uns anexos que alugou, vivendo depois destas parcas rendas e de algumas frutas, principalmente mangas que vinham do Matuco, enquanto minha avó, como dona de casa, era encarregada da administração da mesma e de cuidar dos filhos.
Meu pai, Filipe Eduardo Cebolo, trabalhou no caminho de ferro de Moçâmedes, mas como natural de Angola tinha constantemente a sua carreira estagnada, pois todas as vagas existentes para postos de chefia eram preenchidas por pessoal vindo da metrópole, independentemente das capacidades demonstradas. Prevalecia a naturalidade europeia que barrava constantemente a subida na profissão, dos naturais de Angola. Assim, meu pai deixou os caminhos-de-ferro e dedicou-se ao comércio.
Meu pai casou com Olga (Minha mãe). Tiveram uma menina que se chamava Graciete e logo a seguir um filho que se chama Filipe Olgário. Pensaram ficar por aí em questão de filhos, mas por infelicidade ou por vontade de Deus, minha irmã faleceu com escarlatina e meus país foram à procura de mais uma menina. Deus não lhes fez a vontade e assim nasci eu. Chamaram-me Carlos António e dois anos depois mais um rapaz que se chama Rui Manuel. Cinco anos depois lá veio a menina que se chama Filomena do Rosário em homenagem à Santa Filomena de quem minha mãe é devota e a quem recorreu a pedir a tão desejada menina.
Minha mãe sempre foi dona de casa, mas também ajudava o meu pai no comércio que tinham.
Meus pais muito trabalharam para criar os quatro filhos e tudo fizeram para nos dar a maior instrução possível. Se não somos doutores é apenas por culpa ou incapacidade própria nossa e não por falta de apoio dado pelos pais.
Em Angola fiz a primária em Vila Arriaga e depois fui para Moçâmedes, para a Escola Comercial e Industrial Infante D. Henrique, onde completei o ensino preparatório, indo depois para Sá-da-Bandeira, para a Escola Comercial e Industrial Artur de Paiva, onde completei o curso comercial. Na tropa tirei o curso de sargentos milicianos em Nova Lisboa. Como cabo miliciano dei instrução no Regimento de Infantaria 22 em Sá-da-Bandeira e depois de promovido a furriel, fui para o Norte de Angola onde estive principalmente em Quicua, Calamboloca, São Salvador do Congo, Tentativa Caxito, Luanda e Ambriz. Acabei a tropa em Pereira D’Eça na Fronteira sul com a Namíbia.
Depois da tropa fui professor primário em Vila Arriaga, Angola e depois da independência vim para Portugal já casado com a minha esposa Paula Maria Gonçalves Gaspar, Filha da Alberto Manuel Pinto Gaspar e de Maria Laura Gonçalves Gaspar. Tivemos dois filhos, um rapaz de nome Luís Filipe e uma menina, que pusemos o nome de Cátia Soraia. Ambos já estão casados. O Luís Filipe casou com a Elisabeth do Carmo Alves Maciel e já me deram uma neta de nome Lia. A Cátia Soraia casou com António José Girão Rocha e ainda não tiveram filhos, mas espero que estejam a tentar.
Em Portugal na impossibilidade de continuar a ser professor primário, por não ter a magistério, ingressei nas Forças de Segurança, nomeadamente na PSP, onde atingi o posto máximo da carreira profissional de base (Chefe Principal) categoria com a qual me reformei.
Já reformado, dediquei-me à escrita por carolice. Na internet criei um blogue com o nome “Querer e não poder” onde escrevo um pouco de tudo. Ultimamente e querendo presentear a minha neta LIA. Única que tenho até este momento, tenho escrito no meu blogue vários contos infantis dos quais já publiquei um livro com o título “O País encantado do faz de conta” publicado pela Chiado Editora.
O objectivo porque fiz este resumo do meu ramo familiar é apenas por entender que no futuro, algum filho, neto ou até bisneto, possa ter curiosidade em saber as suas origens e assim, ter a vida um pouco facilitada o que não foi o meu caso.
Do meu sogro Alberto Manuel Pinto Gaspar sei que era filho de Manuel Pinto Gaspar, natural de Abuadela Amarante, foi para Angola como militar com a patente de alferes e teve um filho (meu sogro) com Zulmira, uma nativa natural do Cuanhama. O avô de minha mulher casou depois com Maria da Conceição Matias Lopes filha de colonos agricultores. Não tiveram filhos. Meu sogro casou com Maria Laura Gonçalves Gaspar, natural da Pupa, Vila Arriaga, Angola, filha de Lauro de Almeida Gonçalves, natural de Santa Comba Dão, Portugal e de Leonor Correia Porto, natural da Chibia, Angola.
 Meus sogros tiveram dois filhos: Mário Rui e Paula Maria (minha esposa). Meu sogro trabalhou na Câmara Municipal do Lubango como motorista de Autocarros e minha sogra nessa altura era dona de casa. Quando o pai de minha sogra que era comerciante em Vila Arriaga, faleceu, meu sogro deixou a Câmara Municipal e ambos foram para Vila Arriaga tomar conta e explorar a rica casa comercial deixada pelo pai de minha sogra.
Com a independência de Angola, viemos todos para Portugal em Março de 1976.

Carlos Cebolo

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