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Tudo o que quero e não posso, tudo o que posso mas não devo, tudo o que devo mas receio. Queria mudar o Mundo, acabar com a fome, com a tristeza, com a maldade.Promover o bem, a harmonia, intensificar o AMOR. Tudo o que quero mas não posso. Romper com o passado porque ele existe, acabar com o medo porque ele existe, promover o futuro que é incerto.Dar vivas ao AMOR. A frustração de querer e não poder!...Quando tudo parece mostrar que é possível fazer voar o sonho!...Quando o sonho se torna pesadelo!...O melhor é tapar os olhos e não ver; fechar os ouvidos e não ouvir;impedir o pensamento de fluir. Enfim; ser sensato e cair na realidade da vida, mas ficar com a agradável consciência que o sonho poderia ser maravilhoso!...

domingo, 7 de agosto de 2011

MOÇÂMEDES - CIDADE LINDA


Estamos no quente mês de Fevereiro.
É domingo.
Levanto-me da cama, tomo o pequeno-almoço, preparo a minha toalha de praia e ala que aqui vou eu.
Saio do bairro Sanzala dos brancos e caminho com calma em direcção ao mar. Mais propriamente dito, em direcção à praia das Miragens.
Era assim que nos anos sessenta, fazia deste ritual, um agradado costume constante.
Com o mar normal, mergulhava nas belas ondas e nadava até à jangada, onde a malta se reunia para dar uns belos mergulhos, aproveitando para “paquerar” as moças lindas que Moçâmedes sempre teve.
Quando havia calema, as famosas ondas enormes que se formavam naquele bela praia, A excitação era maior.
 Ninguém se retraía e era bastante gostoso apanhar as boleias que as ondas davam até à praia.
 Rapazes e raparigas, todos mergulhavam furando as ondas para depois apanhar outra que os arrastasse para a praia.
 Era uma alegria e uma brincadeira sadia.
Não havia droga, não havia álcool, apenas mar e alegria.
Em certas alturas a desilusão.
-OH pá! Hoje a praia tem pica-pica, já nos estragou o domingo. Qual quê dizia alguém. O pica-pica tira-se não é isso que nos vai estragar o dia.
Pouco tempo depois, a praia estava cheia e os pica-picas a secarem na areia com aquele aspecto gelatinoso e na água a algazarra era total.
Nos anos cinquenta e sessenta a juventude do Namibe era assim.
 Aquela praia puxava pelo físico.
Não admira que as moças de Moçâmedes eram as mais bonitas de Angola. Pois claro, com uma praia daquelas e com um sol abrasador, o físico era perfeito e o bronze permanente.
Em Março chegavam as festas. O Slogan que se via por toda a parte “Moçâmedes, Mar e Março”. Era famoso em toda a Angola. Sempre que passava por um cartaz, acrescentava e Mulheres Maravilhosas.
Cinco M que retratavam bem Moçâmedes daquela época.
Daquela época e pelos vistos também agora. A Miss Angola é do Namibe.
 Parece que a terra renasceu. Nada mais natural. Aquela terra associada ao clima maravilhoso do verão e às milagrosas águas daquela parte do Atlântico fazem realmente milagres.
É certo que Môçâmedes não é só Sol e Mar. Nos meses, de Julho, Agosto e Setembro, Havia um nevoeiro bastante cerrado. Tão cerrado, que mesmo a pé era difícil andar sem esbarrar em algo.
Mas até mesmo nesta altura, Moçâmedes tinha o seu encanto. O contraste do deserto com o mar, fazia desta cidade um lugar muito especial. Tão especial que só quem lá viveu poderá dar testemunho de tamanha beleza natural.
No mês que a nossa cidade faz anos, não podia deixar de fazer aqui esta singela homenagem.

Carlos Cebolo

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