Olho para o horizonte e nada vejo!
Procuro sempre a terra amada.
Embora não seja esse o meu desejo,
Da janela do meu quarto vejo nada.
Os frutos que Angola dava,
Sem haver grande cultura,
Fonte de vitaminas cura,
Maleitas e tudo salva.
O sabor doce da goiaba,
O maboque e o araçá,
Frutos de Angola cobiçada,
E tudo o mais que ela dá.
O imbondeiro e a mutamba,
A manga e o maracujá,
Fontes de vitaminas ambas,
E mais algo que há por lá.
Mamão, papaia e caju,
Um mundo de sabores diversos,
Nativas de tronco nu,
Também são cantadas em verso.
Pitanga, banana, romã,
Melancia, melão, ananás,
Gente humilde, nossa irmã,
Que o tempo deixou para trás.
Anona e fruta do conde,
Parecidas até no aspecto,
Com sabor bem distinto,
Onde o odor não esconde,
Em casa ou em céu aberto,
O cheiro que ainda sinto.
Nombé, gongo e mirangolo,
São frutas no mato achadas,
Por quem a terra amou.
Mulheres com crianças ao colo,
Também eram amadas,
Por quem por lá andou.
Fruta de Angola madura,
De beleza sem igual,
Depois da doçura, amargura,
No eterno Portugal.
Mutambote fruto da espinheira,
Enquanto verde era leitoso,
De gosto quase indescritível,
Saboroso à sua maneira,
Maduro era apetitoso,
Com sabor bem incrível.
A nocha e o dendem
O tabaibo e a ginguba,
São frutos que Angola tem,
Assim como o leão tem juba.
Frutos que Angola dava
Às gentes que muito amava.
Tambarino e Nonhande
E tudo o que mais lá há
Espero que o povo mande
Alguns frutos para cá.
Nunca podia esquecer
Matipatipa e tambarino
Frutos que comia com prazer
No tempo que era menino.
Espero não ter esquecido,
Algum fruto apetitoso!
Por pouco que tenha escrito,
Lembrei sempre o saboroso.
Carlos Cebolo
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